Fogueteiros garantem tradição do barco de fogo

Uma arte que passa de geração a geração. É assim que se perpetua por décadas a tradição na confecção dos barcos de fogo, buscapés e outros fogos de artifício produzidos em Estância. “Há 17 anos trabalho com fogos e foi assim com meu pai e meu avô. Em junho chego a vender mais de 400 dúzias de buscapé”, afirma o agricultor Agnaldo José dos Santos, acrescentando que produzir fogos é uma paixão que não sabe explicar. “Além de gostar do que faço é uma fonte de renda extra. Fico feliz quando estou soltando buscapés e acho que essa alegria contagia as pessoas que estão assistindo”.

Apesar do perigo, a magia da guerra de buscapés e das espadas de fogo atrai uma verdadeira multidão, que lota a arquibancada da arena – área destinada aos fogueteiros – montada ao lado do forródromo. “Acho interessante como eles conseguem se digladiar usando fogos. Mas, nem mesmo usando proteção teria coragem de participar da brincadeira”, revela a comerciária Mônica Peixoto. Um buscapé chega a custar R$ 5, com direito ao vendedor soltá-lo na arena.

Tão indispensável quanto o buscapé nos festejos juninos de Estância, o barco de fogo ganha adereços e formas variadas. A depender da inspiração do fogueteiro ele pode se transformar em bicicleta, helicóptero, avião ou carro. “Somos 50 fogueteiros trabalhando na produção de barcos e outros fogos. Um barco grande chega a custar em torno de R$ 200, valor que não se compara a beleza que ele produz”, conta o pintor Adenilson da Conceição.

OPORTUNIDADE – Em Estância, o período junino propicia uma renda extra não só para fogueteiros. Aliado aos buscapés e barcos de fogo surge uma nova profissão temporária: o ‘soltador de fogos’. Ricardo dos Santos, que estava desempregado, comemora o contrato que fez com a Prefeitura de Estância. “Vou ganhar R$ 300 para soltar os fogos no mês de junho e julho”, comemora.

Por Ailton Sousa