Forró sem sanfona?

Tito canta e toca o violão. O pandeiro é o instrumento de Alan Ricardo, e o triângulo de Eduardo. Quem toca a zabumba é Cialy Negão, Lucas toca o cavaquinho e o outro Alan é o encarregado pelo bloco sonoro. São estes os seis membros da banda Xote de Viola. Todos sergipanos e numa faixa etária que vai de 19 aos 31 anos, eles têm uma nova proposta de se fazer forró. Na banda, não se utiliza sanfona. Sobre esta e outras curiosidades Tito Rolemberg, integrante mais antigo da banda, fala em entrevista exclusiva ao Sergipe Cultural. SERGIPE CULTURAL – Como surgiu a idéia de montar a banda? TITO ROLEMBERG – Nossa família sempre fez muita festa e a gente sempre tocava nestas ocasiões. Eu toco violão há 20 anos, os outros tocavam percussão sempre com o intuito de tocar pagode. Só que no fim das festas todo mundo perguntava se a gente não sabia tocar forró. O que era para ser o fim da festa, passou a ser a grande atração. Daí a gente começou a tocar em calouradas, e acontecia a mesma coisa. Todo mundo pedia para que a gente tocasse forró. Tudo começou a partir daí. SC – Por que “Xote de Viola”? TR – Nunca tivemos alguém que tocasse sanfona. Mas quem toca violão é acostumado a fazer o “swing” dos outros instrumentos, a imitar mesmo. O nome vem justamente da nossa proposta de mostrar que é possível fazer música nordestina sem a utilização da sanfona. SC – Como você definiria a música tocada por vocês? TR – A gente tem várias propostas. À medida que vamos fazendo, vão surgindo mais e mais propostas. Inicialmente a gente tinha somente o intuito de tocar. Os principais ritmos musicais utilizam o violão como instrumento base. O forró não. Nós queremos mostrar que se pode fazer música nordestina de boa qualidade sem sanfona. SC – Onde vocês costumam se apresentar? TR – Não tocamos com tanta regularidade. Nossa proposta inicial é sermos reconhecidos por termos feito algo de bom para a música sergipana. Em junho fizemos alguns shows, mas notamos que faltava algo. Introduzimos então o cavaquinho. Paramos agora para estruturar um show com roteiro, repertório muito bem pensado, no qual mesclamos músicas conhecidas com músicas próprias (cerca de oito). Nosso show tem começo, meio e fim, o que não acontece como a maioria das bandas de forró do Estado. SC – Quais os projetos da Xote de Viola? TR – Temos alguns shows já agendados. No próximo dia 08 faremos um show na Rua da Cultura. A apresentação terá duração de uma hora e será apenas um compacto do nosso show. Dia 13 nos apresentaremos numa Quermesse na Paróquia Sagrada Família. Esses shows servirão para que vejamos como vai ser a recepção do público à nossa música. Até por que fazemos uma coisa pitoresca, alternativa. O nosso trabalho não se resume à música. Utilizamos o cordel, a poesia, a oração, tudo isso na busca de uma identidade. Já gravamos uma demo com músicas que costumamos tocar em nossos shows. Mas nosso projeto é montar um CD próprio com uma melhor qualidade. A gente sabe que ainda não explorou todo o potencial dos nossos instrumentos, ainda temos muito a descobrir. Vamos agora desenvolver mais a nossa proposta. Por Najara Lima

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