Funk, surf e aspirinas no Projeto Verão 2006

O que se faz em um circo? Assiste-se a filmes. Parece loucura, mas não é. Na tenda circense montada na faixa de areia da Passarela dos Caranguejos, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Aracaju e a Casa Curta-Se vai possibilitar a exibição de longas no local. Os títulos escolhidos devem agradar a quase todos os gostos, por abordarem temáticas abrangentes.

 

De acordo com Rosângela Rocha, diretora da Casa Curta-Se, a entrada é franca e os filmes estarão passando sempre a partir das 19 horas. Hoje, dia 12, é a vez de “Sou feia, mas tô na moda”. A produção fala sobre o funk carioca, inspirado na música negra americana, como o rhythm and blues, o soul e o gospel, o funk.

 

No Brasil, o funk explodiu no final da década de 80, junto com a aparição midiática das favelas do Rio de Janeiro. A popularidade do movimento caiu um pouco com a vinculação dos bailes funk ao narcotráfico e às brigas entre gangues, mas voltou ao auge em meados de 2000.

 

É justamente com a mudança do foco do funk, antes feito apenas por homens, para as mulheres, que a diretora Denise Garcia estréia na direção de um longa-metragem. Ela sobe o morro e entrevista personagens como Deise Tigrona, uma funkeira menos conhecida que Tati Quebra Barraco, mas com muito mais simpatia.

 

Fábio Fabuloso – O segundo filme, que será exibido amanhã, é “Fábio Fabuloso”, o 1º longa-metragem que narra a vida de um surfista brasileiro. Em 1989, o protagonista comprou uma câmera e sua esposa o filmava sempre. Do arquivo pessoal do competidor, Ricardo Bocão, um dos diretores de “Fábio Fabuloso”, se interessou pela vida do surfista. Assim começou o documentário, sendo filmado sem que o próprio Fábio soubesse.

 

O documentário conta a história em forma de fábula, idéia dada pelo campeão de asa delta Pepê, falecido no início dos anos 90. A intenção inicial era lançar o filme diretamente em VHS e DVD, mas com o suporte da Lumière, ele acabou indo aos cinemas.

 

Aspirinas e urubus? – O terceiro filme será exibido no dia 14 e se chama “Cinema, Aspirinas e urubus”, do diretor Marcelo Gomes. O longa retrata o sertão nordestino, em 1942, durante a II Guerra Mundial. Lá, um alemão, Johan (Peter Kenath), viaja como representante da Bayer (empresa farmacêutica), vendendo o famoso remédio para dor de cabeça, a Aspirina.

 

Com ele, uma tela e um projetor de cinema exibem em cada parada alguns documentários sobre a pujança de São Paulo e alguns pequenos filmes publicitários sobre o seu produto. Essa é a maneira encontrada pelo vendedor para destacar as qualidades do comprimido. No decorrer da história, entra em cena Ranulpho (João Miguel), que passa a acompanhá-lo e ajudá-lo. As melhores críticas vieram por causa da fotografia do filme, sempre com a luz “estourada” para dar a impressão de um calor infernal e interminável.

 

Curta-se – De acordo com Rosângela, as inscrições de trabalhos para concorrerem ao festival deste ano devem começar logo. Agora, os esforços estão concentrados nos detalhes do festival. “Estamos em contato com as distribuidoras e definindo quem serão os homenageados, os filmes etc.”, disse.

 

Por Wilame Amorim Lima

Da Redação do Portal InfoNet

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