Canções e romances sefarditas & vilancicos ibéricos do séc. XVI. Esse é o tema do concerto de 25 anos do Conjunto de Música Antiga Renantique. O grupo revisita dois grandes repertórios da produção musical na Península Ibérica: a Música Sefardita dos judeus que, durante a Idade Média em sua diáspora por Espanha e Portugal, legaram sua arte na música, na literatura, entre outras e a música preservada nos ricos Cancioneiros Ibéricos do século XVI com seus vilancicos e romances. O concerto será realizado no dia 24 de novembro, às 19h 30, no átrio (área semi aberta) do Museu da Gente Sergipana, com entrada franca.
O concerto também celebra o reencontro do Renantique com amigos e ex-integrantes que, durante essa jornada de 25 anos, sempre acompanharam o grupo, seja no palco ou na plateia. “Será uma grande comemoração com aquilo que mais gostamos de fazer: música antiga. Celebrar 25 anos realmente é um marco importante porque somos resistência de um movimento de resgate das canções que, também, dizem muito da nossa cultura brasileira”, destacou o diretor artístico do grupo, Emmanuel Vasconcellos.
Trajetória
O grupo nasceu a partir de um quarteto de flauta doce no Centro de Criatividade, chamado Saltarello, em 1995. O fundador e diretor artístico do Renantique, Emmanuel Vasconcellos, lidera o trabalho de resgate e, acima de tudo, de estudo dos instrumentos e formas de execução das canções na perspectiva de fidelizar a interpretação. “O Renantique tem uma estrutura Broken Consort renascentista, em que são combinados vários instrumentos da Idade Média e da renascença, unidos as vozes (soprano, tenor, contratenor, alto, baixo/barítono) para juntos executarem o melhor da musicalidade”, destaca.
A internet facilitou muito o trabalho de pesquisa do grupo. Alguns instrumentos e partituras foram comprados na Inglaterra, a exemplo do cromorno (tipo de instrumento de sopro muito popular na renascença). Outros foram construídos aqui em Sergipe baseados em plantas da época, como é o caso da viola de gamba, construída pelo luthier Passos, do município de São Cristóvão, e o Alaúde por Joaquim Pinheiro, do Rio de Janeiro. Mas não bastavam os instrumentos e as partituras, a necessidade de estudar o período fez com que o grupo participasse de muitos eventos sobre música antiga pelo país.
De sonho e muita resistência sobrevive o Conjunto de Música Antiga Renantique. É um dos únicos grupos no Brasil que não tem ligação com escolas de música ou universidades. Um trabalho totalmente independente construído ao longo dos anos fidelizando plateias ao descortinar nos seus concertos a diversidade da música antiga e até sua influência na música brasileira.
O concerto de 25 anos do Renantique tem o apoio do Instituto Banese, Museu da Gente Sergipana, Lojas Habyto e Sociedade Filarmônica de Sergipe (Sofise).
Fonte: Ascom/Conjunto de Música Renantique
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