Instituto Banese lança “Zé Peixe, além das águas”

Convite do lançamento das homenagens  (Foto: divulgação)

Com a visão de que o patrimônio cultural é um acervo em construção, constituído também com os fatos do presente, ou de um passado próximo, o Instituto Banese, através do Museu da Gente Sergipana, realiza uma extensa homenagem a um notável sergipano, o prático José Martins Ribeiro Nunes, promovendo um conjunto de ações que recebeu o nome de “Zé Peixe, além das águas”.

A partir do dia 12 de setembro, quinta-feira, a partir das 19h, a fachada do antigo Atheneuzinho, atual Museu da Gente Sergipana, será adornada com uma escultura em tamanho natural do célebre mergulho de Zé Peixe ao conduzir navios até local seguro no oceano. Batizada como “O Prático”, a obra foi modelada em concreto armado pelo artista visual Elias Santos, e retrata um mergulho simbólico no espelho d’água que compõe o jardim frontal do Museu. Deste modo, será eternizado também o mergulho diário deste notável sergipano no leito do Rio Sergipe que margeia o centro de Aracaju, região onde o retratado cresceu e viveu seu dia a dia e momentos de trabalho e heroísmo. A escultura fará parte do acervo permanente do Museu. “É mais um intangível legado sergipano registrado pelo Instituto Banese, com a intenção de preservar e propiciar novas e múltiplas conexões culturais,” enfatizou o diretor do MGS e Superintendente do Instituto Banese, Ezio Déda.

No entanto, a homenagem é mais ampla. Envolve o lançamento de duas obras de literatura de cordel sobre Zé Peixe, uma de autoria de Zé Antônio e outra assinada pela dupla João Firmino Cabral e Ronaldo Dória. Ilustrados com xilogravuras de Elias Santos e com projeto gráfico de Marcelo Larrosa, os cordéis serão distribuídos para todas as bibliotecas municipais, através do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas. E serão tema de rodas de leitura promovidas pelo Instituto Banese em parceria com o Comitê Sergipano do PROLER, Programa Nacional de Incentivo à Leitura da Biblioteca Nacional.

A primeira edição das rodas de leitura foi antecipada para marcar a programação do mês do folclore, e será realizada nesta sexta-feira, dia 30, na cidade de Simão Dias, às 9h, no auditório do Centro Supletivo Marcos Ferreira, mas a ação terá continuidade em outras regiões após o lançamento oficial dos cordéis.

A homenagem será marcada também com a abertura de uma exposição com os estudos de Elias Santos produzidos para a modelagem da escultura e mais as xilogravuras de Elias Santos criadas para ilustrar os cordéis, que serão expostas juntamente com poemas de Araripe Coutinho sobre o homenageado.  A mostra recebeu o nome desta extensa ação: “Zé Peixe, além das águas” e ficará aberta ao público no espaço expositivo do foyer do Museu da Gente Sergipana até o mês de outubro.

Para completar o tributo e agregar este grande personagem ao universo infantil e ao mundo das artes cênicas, o Museu da Gente Sergipana recebe para uma mini temporada o espetáculo “Zé, o menino que queria ser peixe”, da Cia. Teatral Sultífera Navis. A peça infantil ocupará o átrio do Museu nos finais das tardes de sábado, às 17h, nos dias 14, 21 e 28 de setembro e 05 de outubro. A ideia é aproximar e mostrar ao público infantil, numericamente mais presente no Museu, a grandeza do homenageado, ao mesmo tempo em que cooperar para o fomento do consumo cultural e a formação de plateias. O espetáculo terá ingressos a R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira), com a renda direcionada para o desenvolvimento da companhia teatral.

Um herói sergipano

José Martins Ribeiro Nunes, ou Zé Peixe, (*05/01/1927 † 26/04/2012) nasceu e viveu em Aracaju. Em 1938, o Capitão-de-Corveta da Capitania dos Portos de Sergipe, Aldo Sá Brito de Souza, lhe colocou o apelido de ”ZÉ PEIXE”. Em 1947, foi admitido na Marinha como prático, cuja função é receber navios em alto mar e guiá-los até o porto e, na saída, conduzi-los até onde for possível seguir com segurança. No entanto, ficou famoso pelo modo único de executar essa atividade. Ao invés de se dirigir aos navios com lanchas, nadava até eles; quando estes retornavam para alto mar, saltava de alturas de até 40m e voltava a nado para terra firme. Chegava a nadar até 13 km. Seus feitos heroicos, seu vigor físico, sua maneira ímpar de trabalhar e seu modo simples de viver lhe conferiram fama internacional, passando a ser chamado por estrangeiros de “Joe Fish”, se transformando em um dos práticos mais conhecidos do mundo.

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