Irmãos na Música

Amigos desde a infância, os músicos Tom Robson e Irmão mostram que essa parceria ainda deve render muitos frutos Muita gente nova ouviu falar pela primeira vez na dupla Irmão e Tom Robson, a partir da divulgação do último espetáculo do projeto MPB Petrobrás de Música, ocorrido nos dias 10 e 11 de dezembro. Ficou a cargo da dupla a abertura do espetáculo, que também contou com apresentação do cantor e compositor Nando Reis.
Para quem não imaginava, de novatos Tom e Irmão não têm nada. A base da parceria entre os músicos vem de uma longa e sólida amizade. “Nos conhecemos desde os cinco anos, quando estudamos juntos no Educandário Nossa Senhora de Fátima, no bairro Cirurgia, que era também o bairro onde morávamos”, relembra Irmão. Desde essa época, segundo os músicos, eles já tinham jinga de artista.
“O Tom sempre foi muito traquino, quando criança criou uma rádio e teve um cinema. Conseqüentemente fomos imbuídos pela efervescência cultural do nosso bairro. Lá existiam desde os blocos carnavalescos ao São João de seu João da Cruz. Do Guerreiro de Euclides a chegança de João do Pão, do Regional do Quemdera aos terreiros de Candomblé. Era incrível”, explica Irmão. Para Tom, além das influências da comunidade festiva do bairro Cirurgia, existia algo mais. “Nós somos de uma região bastante incentivadora, mas já tínhamos uma veia de artista”, afirma.
Foi juntar a fome com a vontade de comer. Das traquinagens de infância, a dupla passou a buscar alternativas mais profissionais para expressar essa “veia artística”. “No final de 1969, na época da faculdade, nós fizemos a nossa primeira parceria musical, e o resultado foi a música Dialogar. Daí por diante, seguimos num processo de vários shows”, conta Tom Robson.
No currículo, antes dos trabalhos autorais, os dois carregam a experiência de estudar no Conservatório de Música e, no caso de Tom, de participar de várias bandas que animavam os bailes da época. “O Tom Robson teve uma boa experiência em grupos musicais. Ele fez parte do Top Cats, do The Tops e dos Nômades. Mas aos poucos fomos amadurecendo profissionalmente e acabamos concluindo que precisávamos desenvolver um trabalho de produção e composição própria, e isso veio à tona em 1976, no Conservatório de Música, quando fizemos o primeiro show: Expressão de Motivo. Fizemos, na seqüência, outros shows. Depois fomos fazer militância profissional no Rio de Janeiro, já em 1981. Lá, convivemos com uma porção de artistas. Tivemos oportunidade de gravar e não lançar disco, mas naquela época o Tom já retornou para Sergipe com o Terras do Brasil”, diz Irmão.
A dupla intitula o som que fazem atualmente de afro-pop. Uma mistura interessante de ritmos e sons regionais, com elementos do pop rock. O resultado tem agradado. “A nossa música está tocando no rádio, isso significa que o trabalho tem repercutido bem”, comemora Tom Robson. Ele tenta explicar a causa da empatia entre o público e as músicas feitas pela dupla. “Nós não somos apenas compositores de música, nós somos inventores. Estamos sempre criando. Sempre tivemos como objetivo, criar um modelo musical que pudesse ser mostrado nacional e internacionalmente. Essa experiência de participar em várias bandas nos ajudou muito. Por isso que nós temos músicas com mais de 30 anos e que continuam atuais”, afirma.
Para comemorar tanta história juntas, os dois resolveram, no mês de outubro, realizar o show Seculou, uma referência bem humorada a soma da idade dos dois. Na organização do repertório do show eles fizeram uma constatação. “Temos uma grande quantidade de músicas inéditas que precisamos colocar a disposição do público. Mesmo que Irmão e Tom Robson tenham seculado, e nós seculamos (risos), não deu tempo de mostrar tudo isso ao público. Por isso estamos desenvolvendo o primeiro trabalho de gravação de Irmão e Tom Robson, muito embora nós tenhamos músicas que foram feitas em 1969”, afirma Irmão.
O formato do primeiro trabalho já está definido. “O nosso próximo projeto é gravar o Irmão e Tom Robson acústico. Temos várias músicas que cabem nesse formato, coisa de muito tempo, que já fazíamos, mesmo antes de isso ser moda”, informa Irmão. E o público espera ansioso por esse trabalho. Por Valnísia Mangueira

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