O peso do sobrenome “Velloso” não assusta o compositor, produtor e intérprete há dois anos, J. Velloso. Ao contrário do que muitos pensam, ele considera como fator essencial para sua formação artística tais cobranças, já que a área do entretenimento e da cultura provoca esse tipo de expectativa e comparação. “Tudo o que eu faço de música hoje é por ter nascido nessa família. E o mais importante é descobrir aos poucos onde está sua felicidade”, afirma. Em entrevista para o Portal Infonet, o cantor, que se apresentarápela terceira vez em Aracaju, conta sua história, suas ambições e fala sobre o show, com a participação da cantora Virgínia Rodrigues, que será realizado nesse sábado, 30, a partir das 21h no Teatro Tobias Barreto. J. Velloso conversou com o Portal Infonet
Portal Infonet – Como foi deixar a medicina veterinária de lado e adentrar no mundo musical?
J. Velloso – Eu nunca pensei que fosse trabalhar com música e pra ser sincero não gostava dessa idéia. Nos meus 20 e poucos anos de idade meu desejo era ser veterinário e acabei me formando na área em Salvador e fui convidado para trabalhar no Rio de Janeiro, só que eu recusei a proposta, pois não queria ficar longe da família e dos amigos, por isso acabei indo morar com minha vó, Dona Canô, em Santo Amaro, na Bahia, que disse que iria abrir um consultório pra mim. Chegando à cidade comecei a atuar como veterinário, mas como Santo Amaro é cheia de artistas passei a ter contato com essas pessoas, inclusive porque minha família tinha um contato mais próximo com essas pessoas, até conhecer Roberto Mendes. Com ele comecei a compor e a querer sempre mais. A partir daí tive outros parceiros e comecei a produzir artistas bons que não tinham
acesso à mídia. Cantor, compositor e produtor diz que não queria ingressar no mundo musical, seu sonho era ser veterinário
Infonet – Quando você decidiu deixar de lado o trabalho de produtor e passou a se dedicar a carreira de cantor e fazer um estilo musical conhecido por “MPB Pop”?
JV – Na verdade aconteceu, eu não planejei nada. Faço música por prazer, minhas ambições são pequenas. Gosto de conhecer pessoas maravilhosas, de trabalhar com profissionais renomados, então tudo isso junto fez com que eu entrasse nesse meio. Eu produzia vários artistas e um dia um amigo meu produtor me chamou e disse que achava interessante montar um show meu, ai eu topei e tudo começou. Em relação ao MPB Pop, é mais uma liberdade de fazer música do jeito que eu gosto, sem restrições.
Infonet – Daí surgiu “Os Cavaleiros de Jorge”, certo? Como foi esse processo?
JV – “Os Jorges do Brasil” é um projeto que começou no Rio de Janeiro e fazem parte do grupo o Jorge Ben Jor, Jorge Vercílio, Jorge Mautner e Jorge Aragão. Eles fizeram uma apresentação no dia de SãoJorge e nesse momento eu pensava em chamar minha banda de “Os Cavaleiros de Jorge”. Aí Luzia Morais, minha assessora, teve a sacada em convidar os Jorges Mautner e o Vercílio para se apresentarem comigo no Carnaval de Salvador. A partir daí as parcerias começaram e acabei virando muito amigo de Vercílio que se tornou um grande companheiro de palco e um amigo do peito. Inclusive Vercílio me contou que adorou fazer show aqui! (risos).
Infonet – Como foi ganhar prêmios nacionais e ser indicados há tantos outros? Músico já ganhou prêmios nacionais
JV- Foi maravilhoso, é uma sensação muito boa saber que seu trabalho está sendo reconhecido. Eu ganhei o Prêmio Sharp de melhor disco de samba do ano de 1998. Além de produzir o CD: “Humanenochum” do sambista “Riachão”, que foi indicado ao Grammy Latino, em 2000, o CD “D. Edith do Prato e Vozes da Purificação” de “D. Edith do Prato”, que ganhou o Prêmio Tim de Música, em 2003 “Abre Caminho” de “Mariene de Castro”, que também ganhou o Prêmio Tim de Música, de 2004.
Infonet – Depois que você resolveu entrar na carreira de intérprete, você foi convidado para vários shows internacionais, entre eles você produziu e fez uma participação em Paris, no dia da lavagem da Igreja de Madelleine. Como aconteceu esse convite?
JV – Eu tenho um amigo que conheci em Santo Amaro, Roberto Chaves, que foi morar na França há mais de oito anos e acabou se entrosando com o meio artístico e começou a produzir shows e levar brasileiros para cantar em Paris. Até que um dia ele me ligou dizendo que ia levar a Lavagem de Santo Amaro da Purificação para a Igreja de Madelleine na França e queria que eu fosse pra lá ajudar a produzir e me apresentar também. Topei. Adorei. E conclusão: sou diretor artístico a seis anos da Missa dos Rosários dos Pretos na Igreja da Stª Madeleine e da Lavagem de Santa Madeleine.
Infonet – Além de ser cantor e produtor você lançou a sua coleção de jóias “Luzir”, de onde veio a idéia?
JV – O mérito da idéia é da minha assessora Luzia. Quando formamos a banda “Os Cavaleiros de Jorge”, Luzia pensou no nome da banda que remete ao universo da religiosidade do candomblé e da igreja católica e teve a idéia de transformar isso em jóia. No primeiro momento ninguém colocou fé,
mas aí Luzia conversou com um artista plástico baiano para fazer os desenhos. O rapaz criou cinco desenhos pra mim e mais cinco desenhos em homenagem ao centenário de Dona Canô. Hoje as jóias são vendidas nacionalmente e fazem um sucesso que nem eu pensei que fossem fazer. Assessora do cantor, Luzia Morais
Infonet – Para encerrarmos, o que o público sergipano pode esperar do show?
JV – Eu e Virgínia Rodrigues, uma das maiores cantoras do mundo, vamos fazer um show com músicas próprias e de outros artistas. Vai ser uma mistura de ritmos e sons. Espero que o público sergipano goste.
Por Mariana Rocha e Carla Sousa
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