(Foto: Assessoria de Comunicação) |
O caminho do Japaratuba em Rede foi bordado por diversas linhas e pontos. Mapeamento da identidade cultural, produção de eventos culturais, elaboração de projetos. Passamos da produção de mostras culturais e troca de experiências com visitantes à gestão cultural e visitas técnicas, inclusive em outro Estado. Fomos da comunicação à criatividade. Momentos que geraram aprendizados e que agora chegam a um final construído coletivamente com o lançamento da linha de produtos do Projeto Japaratuba em Rede: Juventude, Cultura e Cadeias Produtivas.
O lançamento aconteceu na última sexta-feira, 12, no Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda dentro da programação do ‘Agosto Mês das Culturas da Gente’. Foi a terceira e última ‘Mostra Cultura em Rede’.
Caixas e mais caixas aportaram no Museu com as peças produzidas ao longo dos dois anos de projeto. O que lá no começo era pesquisa e referências; cá no final foi mão na massa. Os produtos foram divididos em três categorias: moda, decoração e utilitários, e expostos a comercialização para um público que gostou do que viu. “Soube do projeto através de umas das instrutoras e fiquei muito interessada. Estou encantada com as peças, dá vontade de comprar uma de cada”, disse a psicóloga Cristina Marques enquanto escolhia entre as diversas cores, matérias e temas.
No momento de vender cada peça ou ao observar a reação das pessoas diante de seus produtos, os meninos e meninas viram seu trabalho recompensado. Era evidente a alegria e a satisfação dos jovens que dedicaram tempo, foram curiosos e aprenderam ao longo desses 24 meses, principalmente, a trabalhar em grupo.
Iale Iasmin Alves foi uma delas. “Mudei muito ao longo do projeto. Era uma pessoa ‘ranhenta’ e tinha problemas para me relacionar com as pessoas. Hoje eu sou outra, sei trabalhar em grupo e aprendi coisas o que nunca pensei aprender”. Iale disse que vai continuar produzindo e vendendo peças com a técnica do crochê – a que mais gostou de aprender.
O evento, além da exposição dos produtos e a rodada de negócios, recebeu um atrativo a mais: um desfile conceitual das peças de moda, pensado pelo artista e ator sergipano Andresson Dias. Os modelos foram os próprios alunos, fato que proporcionou uma visão diferenciada em relação às peças produzidas.
A divulgação da Mostra e dos produtos ficou mais uma vez por conta do grupo da oficina de Comunicação e Cultura Digital. José Antônio Filho faz parte deste grupo. “A nossa ideia foi chamar o maior número de pessoas. E acredito que a divulgação dos produtos fez com que as pessoas viessem. O projeto Japaratuba em Rede era um passatempo para mim no começo, hoje ele mudou a minha maneira de pensar muitas coisas e me fez aprender muito”, disse Antônio.
Os visitantes também puderam levar para casa o Catálogo de Produtos, com um exemplo das técnicas e materiais utilizados pelo Coletivo, além dos contatos de todos os artesãos.
Colhendo futuro
Os produtos chamaram a atenção de diferentes pessoas. Prova disso é o convite feito às artesãs Vanessa Souza e Isaluci dos Santos, que produzem bonecos em madeira e papel machê. A partir do que mostraram no museu, foram convidadas a participar com seus produtos de uma exposição coletiva sobre Santa Terezinha no Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
A conexão dentro do próprio município de Japaratuba, o despertar profissional desses jovens e a série de ações que se desenrolaram a partir do Japaratuba em Rede provocaram o reconhecimento dos parceiros. “Estamos juntos desde o início, lá na mobilização, e é muito bom ver essa evolução deles. O projeto foi muito importante para o crescimento pessoal de cada um, e estas peças são uma mostra de todo o aprendizado adquirido. Ver esta juventude com uma perspectiva melhor de vida me deixa muito feliz e satisfeito”, disse o secretário de Esporte e Juventude do município de Japaratuba, Tiago Nascimento, grande entusiasta do projeto.
O evento da sexta-feira contou com a presença de pessoas que construíram junto o caminho que levou ao Coletivo Japaratuba em Rede. Maria Augusta Mundim, Germana Araújo, Elma Santos e Cláudia Nên, que já ministraram oficinas no projeto, fizeram questão de participar deste momento simbólico. “São iniciativas como esta que fazem nossas ações valerem a pena. Fico emocionada e feliz em ver o quanto eles aprenderam, evoluíram e produziram”, disse Maria Augusta.
Christiane Falcão, Ilma Santos, Aline Braga e Ivan Masafret, atuais instrutores, acompanharam a Mostra com seus respectivos grupos. Chris destacou a evolução dos jovens ao longo das aulas de criatividade. “O processo de produção das peças foi muito interessante. É gratificante vê-los satisfeitos com seus produtos. Esse momento consolida todo esse processo de formação”, completou Christiane Falcão.
Além dos instrutores, a Mostra contou também com a presença de parceiros como o presidente da Câmara de Vereadores de Japaratuba, Luciano Acciolle; o presidente da Ação Social Professora Elisabete (Aspe), Denilton Cardozo; a equipe de comunicação do Sebrae, o radialista Everardo Sena e o representante da Petrobrás, Euler Buarque.
O Coletivo Japaratuba em Rede, criado a partir do projeto, vai continuar o seu trabalho, expondo os produtos dos artesões e movimentando ações culturais no município. Já resultado da atuação do Coletivo, o Acrobalde, se apresentou no Museu na última sexta, e esta apresentação rendeu frutos. O grupo de jovens do Povoado Sibalde foi convidado a levar suas apresentações circenses de acrobacias de solo, com recebimento de cachê, ao Povoado São José, também em Japaratuba.
Próximo evento
Ainda este mês, no dia 27, o Coletivo irá expor os produtos na Feira Livre de Japaratuba que acontece todos os sábados e que durante todo o processo funcionou, diversas vezes, como catalizadora de ideias para atividades do grupo. Apresentar o resultado do trabalho na sede do município e na feira dará a oportunidade dos japaratubenses adquirirem as peças dos artesões, além de cumprir o papel de integrar a comunidade ao que, na verdade, foi gerado dentro dela. Já em setembro, o Coletivo se programa para participar da Feira do povoado de Porteiras, também em Japaratuba.
Japaratuba em Rede
O projeto tem como objetivo contribuir para a educação profissional no campo cultural de jovens de Japaratuba por meio da aprendizagem de conhecimentos técnicos, metodologias participativas e implementação de auto-organização dos grupos baseados nos princípios do cooperativismo e da gestão cultural sustentável, na perspectiva de que os mesmos possam estruturar uma cadeia produtiva da cultura na região que, a longo prazo, viabilize retorno econômico para os beneficiários e para a comunidade em geral e possibilite a manutenção do patrimônio cultural da cidade.
O Japaratuba em Rede é realizado pelo Instituto Banese com o patrocínio da Petrobras e em parceria da Universidade Federal de Sergipe, Sebrae, Senac, Ação Social Professora Elisabete (ASPE), Câmara Municipal de Vereadores, Instituto de Desenvolvimento Humano – Clube de Mães Padre Geraldo e Prefeitura Municipal de Japaratuba.
Fonte: Japaratuba em Rede
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