Jornalistas indicam melhores filmes e séries do Netflix

Wendel Barbosa e Glauco Vinícius são cinéfilos (Foto: arquivo pessoal)

Os jornalistas e cinéfilos Wendel Barbosa e Glauco Vinícius indicaram alguns filmes do Netflix para você se divertir em tempo de isolamento social. Eles, que entendem tudo da sétima arte, fizeram uma lista  para que você não precise passar horas procurando na plataforma.

O editor Glauco Vinicius indicou 10 séries :

Atypical
A história de Sam Gardner e sua família é uma excelente dica para ver em família. Ele é um adolescente com autismo de alto rendimento: tem inabilidades sociais, mas uma capacidade impressionante de absorver regras e conteúdo científico – especialmente sobre pinguins, sua maior paixão. A história se desenrola a partir da vontade de Sam de encontrar uma namorada. Apesar de Sam ser o protagonista absoluto, todos os personagens de Atypical tem arcos narrativos interessantes.

 Brooklyn Nine-Nine
Aquela série com alto potencial de viciar quem assiste. O ponto de partida é a chegada do detetive Jake Peralta ao 99º distrito policial de Brooklyn (Nova Yoirk). Apesar de talentoso, ele é imaturo e precisa aprender a trabalhar em equipe. Os episódios trazem várias resoluções de crimes, mas de forma deliciosamente engraçada. Os personagens secundários são incriveis. Para quem quer desopilar e esquecer as notícias ruins da pandemia, vale muito. 

Suits
A história do advogado que não é advogado conquistou uma legião de fãs. Mike Ross é um ex-estudante de Direito que abandonou a universidade, mas teve uma chance de ouro do destino: conseguiu surpreender o mais brilhante advogado de Manhattan em uma entrevista que conseguiu acidentalmente com o profissional. Apesar de genial, Mike Ross não sabe tudo do ofício e toda sua jornada para manter as aparências prende o telespectador já no primeiro episódio. Além disso, a série é a última em que Meghan Markle atuou antes de casa com o príncipe Harry. 

The Crown
Dica especial para quem gosta de história. A série acompanha o reinado da Rainha Elizabeth desde seu início. A reconstituição de época e a abordagem de fatos que marcaram a história do Reino Unido e do mundo são o ponto alto. A produção mais cara da Netflix fez valer cada centavo investido: cenários, figurinos, trilha sonora, direção de arte, tudo é perfeito! 

Rita
Para quem quer fugir das séries produzidas no eixo Estados Unidos/Reino Unido, essa produção da Dinamarca é uma excelente pedida. Rita é professora em uma escola, cria sozinha três filhos – dois adultos e um adolescente – e é politicamente incorreta. Tem dificuldades em estabelecer relacionamentos e conexões com as pessoas. Apesar de tudo, é adorada pelos alunos – mas não muito por seus pais. Interessante, também, para entender um pouco o funcionamento do sistema de educação dinamarquês – um dos melhores do mundo.

Sintonia
Na minha opinião, a melhor série brasileira da Netflix. Um retrato muito real das favelas da cidade de São Paulo feito a partir da relação das pessoas desses lugares com o tráfico de drogas, o funk e a religião. O roteiro é bem desenvolvido acompanhando a trajetória de três jovens amigos: Nando, Rita e Doni. A segunda temporada está prestes a estrear na plataforma. 

Atlanta
O universo dos rappers norte-americanos em Atlanta, Georgia, dita o ritmo dessa série vencedora de um Emmy. Seu criador, Donald Glover, é considerado uma das mentes mais brilhantes dos Estados Unidos hoje, ele consegue agregar beleza, sofrimento, comédia e crítica social de forma impressionante. É uma das minhas séries preferidas. 

Amor Ocasional
Sabe aquela amiga que pede sugestão de “uma série bobinha, com romance e comédia, para passar o tempo”? Pois eu sempre recomendo essa série francesa. Conta a história de Elsa, uma servidora pública parisiense que está arrasada após o fim do noivado. Para animá-la, suas melhores amigas traçam um plano: contratam um michê para conquistar e distrair a amiga até que ela esqueça o ex. Só que, claro, a ideia não será tão bem sucedida assim. 

Sex Education
Apesar de ser virgem, o adolescente Otis entende tudo de sexo – na teoria. Isso porque ele mora com a mãe, que é terapeuta sexual e atende seus pacientes em casa. O menino, então, usa desse conhecimento para abrir uma clinica informal dentro da escola e ganhar dinheiro com aconselhamento. Toda a dinâmica entre o grupo de estudantes britânico é muito legal. Cheia de personagens cativantes e um texto espirituoso, a série é um fenômeno entre adolescentes do mundo inteiro, mas conquistou muitos adultos também. 

Black Mirror
Se mesmo com esse período de pandemia e futuro incerto, a pessoa quiser mergulhar em uma narrativa obscura, a dica é Black Mirror. Cada episódio conta uma história diferente, sem continuidade de um para o outro. A única conexão entre eles é o tema: uma provocação sobre as interações sociais mediadas pela tecnologia e aonde isso vai nos levar.

E o assessor de comunicação Wendel Barbosa indicou cinco filmes

Invasão Zumbi 

Um pai. A filha. Uma mulher grávida. Um trem. Zumbis. Um final de cortar o coração e que mostra (alguma) esperança. Por fora, a produção coreana “Invasão Zumbi”  é um suspense eficiente com bastante tensão. Por dentro, é um filme que mostra a importância de dar atenção a quem e a o que verdadeiramente importa. Porque o tempo perdido, não volta. 

Aquarius
Aplaudido por todos os festivais que passou, inclusive o de Cannes, esta produção brasileira traz Sônia Braga, espetacular, como Clara, uma viúva que mora num edifício antigo na Praia de Boa Viagem, em Recife. Lá, ela revive suas memórias e trava uma disputa com um jovem empresário  para continuar no apartamento.  Especulação imobiliária e a vida sexual depois dos 60 anos perpassam na história deste filme dirigido por Kleber Mendonça Filho.

Eu, Daniel Blake
 E se você sofresse um infarto e não pudesse voltar a trabalhar e tão pouco se enquadrasse nos parâmetros burocráticos para receber auxilio financeiro do Governo? É nesta encruzilhada que se encontra o protagonista de “Eu, Daniel Blake”, produção inglesa dirigida por Ken Louch.  O filme mostra todos os percalços vividos pelo personagem principal em busca do benefício  social e em paralelo, a amizade que constrói com uma mulher e seus filhos, em condições precárias como a dele. Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, é impossível não se comover com a história e traçar um paralelo com nossa realidade.

Perfeita é a Mãe
“Perfeita é a Mãe” é uma  produção hollywoodiana que pretendia discutir o papel da mulher, como mãe, esposa e profissional. Mas sem se aprofundar nos personagens e situações, o filme  não se leva a sério e acaba divertindo justamente no momento que as mulheres “chutam o pau da barraca” e resolvem fazer o que têm vontade, sem se importar com o que os outros pensam e, com perdão  do trocadilho, deixando de ser “perfeitas”.  Poderia ser melhor, mais feminista?  Sim. Mas às vezes, a gente só que escapismo, não é mesmo? Diversão rápida e rasteira.   

 A História Oficial
Primeiro filme argentino a vencer o Oscar, “A História Oficial” é uma pérola escondida na Netflix. Na década de 80, Alicia é uma professora,  classe média,  que  vive em seu mundo e é completamente alheia ao que acontece em seu país,  que passa por  uma  ditadura militar. Sua vida começa a mudar depois de rever uma  amiga que estava no exílio, fazendo com que Alicia descubra segredos e procure respostas que envolvem sua filha e marido. Um filme necessário nos dias atuais que nos faz relembrar das torturas, opressão, assassinatos e todo o  horror que é uma ditadura militar. Em qualquer lugar do mundo.

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