JYNgle: grupo leva música, cultura e inclusão para crianças em SE

A arte tem o poder de transformar, emocionar e educar uma criança. E é exatamente essa a missão do projeto JYNgle, idealizado por Jovilson Ramos, mais conhecido como tio Jovis e Nadja Tatiane, carinhosamente chamada de tia Nadja. Unidos pela música e pelo amor à educação e a família, os dois fundaram a JYNgle com o propósito de levar música de qualidade para as crianças.   

Educadores por formação, Jovis e Nadja trazem na bagagem a vivência em sala de aula e uma profunda conexão com as expressões artísticas. Ele, com raízes na música desde a infância e ela com o teatro e a dança desde a adolescência.

A virada de vida aconteceu em 2019, quando surgiu o projeto. Imersos no universo da própria filha pequena e cercados por canções infantis, eles enxergaram uma oportunidade: transformar o cenário dos eventos infantis com música ao vivo, rica em ritmos e diversidade cultural.

“A gente percebia que muitos eventos infantis ofereciam uma sonoridade ruim, caixas de som estouradas, música mecânica”, comenta tio Jovis. Então, “Decidimos levar música ao vivo, com qualidade, repertório pensado e ritmos brasileiros que dialogassem com o universo da criança e também dos pais”, diz

Com repertório com canções populares infantil em roupagens como samba, axé, lambada e arrasta-pé, a JYNgle convida o público a dançar, cantar e brincar junto. E o mais bonito é ver a conexão que isso gera entre pais e filhos. “Tem um momento que a gente faz a dança da laranja, por exemplo, e ali o pai dança com a criança, interage, se entrega. Isso fortalece vínculos, resgata memórias afetivas”, conta Nadja.

Valorização Cultural

Mas a JYNgle não para por aí, pensando na valorização da cultura local, o casal mergulhou nas raízes sergipanas e criou o Show de Musicalidade no Parque, um evento gratuito que une arte, tradição e educação “As crianças conhecem muito da Disney, da cultura de fora. Mas e a nossa? Queremos que elas perguntem: ‘Mamãe, o que é isso?’ quando virem um parafuso, um quadrilheiro, um tambor de crioula. Queremos despertar a curiosidade e o orgulho do que é nosso”, diz tia Nadja. 

Para isso, o evento conta com pernas de pau representando personagens da cultura sergipana, apresentações de grupos locais, além de muito forró e percussão. A mistura da musicalidade baiana do casal com os ritmos sergipanos promete criar uma experiência única e inclusiva para toda a família.

Inclusão

E inclusão é palavra-chave na trajetória da JYNgle. “Na musicalização, vemos crianças neurodivergentes que não se conectam com a aula tradicional, mas que se transformam com a música. É instantâneo. A música acolhe, desperta, cura”, destaca tio Jovis, que também é formado em musicoterapia. “A música é um tripé: educa, entretém e faz bem à saúde”, reforça Nadja.

O projeto do casal é viabilizado pela Lei Paulo Gustavo e tem o propósito de democratizar o acesso à arte. “A gente sabia que precisava ser gratuito. Nem toda criança pode pagar por um ingresso, mas toda criança merece viver a arte”, afirma Jovis. “Talvez seja o único evento cultural do ano para algumas. E se for, que seja marcante, que deixe algo bom para sempre.”

O casal sonha alto e acredita que a arte seja uma parte crucial na vida e na formação das crianças. “Toda criança tem direito à arte e todo ser humano carrega dentro de si uma musicalidade pronta para florescer”, finalizam.

Evento na Sementeira

E para quem quer conhecer mais do projeto JYNgle, o grupo comandará um evento para crianças no Parque da Sementeira neste sábado, 12, das 16h às 19h.

por Marina de Sena e Aisla Vasconcelos