Lambe-sujos x Caboclinhos: campanha educativa para festa

(Foto: Divulgação/Ascom)

No mês de outubro, em Laranjeiras, trabalhadores e estudantes se transformam em lambe-sujos e caboclinhos. Este ano, a festa promovida pela prefeitura da cidade, através da secretaria municipal de Cultura será realizada no próximo dia 12. Para garantir mais uma edição de sucesso e tranquilidade para brincantes e turistas, a administração municipal lança uma campanha educativa de orientação.

Na avaliação do secretário municipal de Cultura, Evanilson Calazans, a campanha é um pedido da população, já que, nos últimos anos pessoas que não participam da festa cultural tentam desviar o foco principal do evento. "Estamos lançando um folder com orientações básicas sobre a festa e algumas regras de como manter a conduta e a organização do evento. Junto com os estudantes e a população, vamos realizar também uma panfletagem em diversos pontos. Esta ação é um pedido dos brincantes e da população, que vem participar desta tradicional festa da cultura popular", disse o secretário.

A festa
O início da festa se dá cerimonialmente na madrugada do domingo, com a alvorada de foguetes de artifício e o primeiro encontro do grupo dos negros, os lambe-sujos na casa do rei. Daí os lambe-sujos saem à feira para arrecadar os mantimentos para a realização da tradicional feijoada, logo mais ao meio-dia. O maracatu começa aos poucos, na mesma medida que a cidade acorda e que seus visitantes chegam. Nas primeiras horas da manhã, também os caboclinhos começam o seu ritual.

A tinta xadrez vermelha colore de um rubro fosco os corpos dos brincantes que com cocares, pulseiras e tornos se ornamentam para o desfile de um dia todo. Em fileiras indianas, comportados e atentos aos toques da caixa que marca seus passos, os caboclinhos são em sua maioria caboclinhos mesmo, com idade média de 10 anos de idade.

Os lambe-sujos se reúnem nas horas mais altas da manhã para começar às veras a brincadeira. As bacias com o mel de cabaú e tinta xadrez se amontoam na calçada e o brilho do sol “incandeia” a vista de quem presencia. Mais difícil do que não sambar com os negros é ficar limpo durante todo o dia. O primeiro conselho para quem vai à festa é: “Use roupas velhas”. Você pode correr e se esconder, mas em algum momento um lambe – sujo vai te dizer: “Dá, dá, iô iô” e mesmo que você dê o dinheiro que ele pede, o agradecimento será sempre um abraço bem melado.

De short vermelho, gurita de flanela também vermelha e os adereços pessoais de cada brincante, o grupo já lançou até moda, tendo as versões femininas da indumentária. Apesar de o grupo ser composto exclusivamente por homens, algumas mulheres caem na brincadeira e põe pra sambar seus “macaquitos” flanelados.

A partir de então os dois grupos estão devidamente paramentados a desfilar pelas ruas de Laranjeiras. Em alguns momentos do dia, os dois grupos se encontram e seus líderes travam embaixadas.

À tarde, é vez das figuras reais dos grupos entrarem em cena. Enquanto os lambe-sujos buscam seu Rei, o Pai Juá e sua Mãe Susana, os caboclinhos buscam seus príncipes e princesas. Daí então, entra-se na fase crucial que são as embaixadas na região do quilombo, montado pelos negros. Enquanto o inimigo não vem a festa é grande. O samba está no seu auge. Pode-se ver o negro vigilante nas nuvens a avisar da chegada dos índios. E eles chegam. Uma luta. Duas lutas. Três lutas e vitória dos índios. O castigo para os negros é terem que pedir esmolas ao público para dar ao seu algoz.

Fonte: Ascom PML

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