Lenine fala da carreira e dá detalhes do projeto Carbono

O cantor e compositor Lenine estará em Aracaju no dia 16 de abril  (Foto: Flora Pimentel)

O cantor e compositor Lenine estará em Aracaju no dia 16 de abril para para apresentar no Teatro Tobias Barreto, o projeto “Carbono na Estrada”, fruto do seu último álbum, que reúne da viola pantaneira ao afro-jazz e da valsa moderna ao frevo’n roll. Lenine conversou com o Portal Infonet e falou sobre sua trajetória, relação com o público, novo álbum e novidades. Confira!

Portal InfonetEm 2013, você completou 30 anos de carreiras, uma trajetória coroada por cinco grammys latinos, nove Prêmio da Música Brasileira e influência demarcada em países como Japão, França, Canadá e Estados Unidos, fruto das suas turnês. Considerando esses pilares, o Lenine desses 33 anos de carreira é retrato desse tempo de estrada ou a cada novo trabalho, você se reinventa?

Lenine – Não faço ideia. A viagem está no preparar. No ‘não estar apontado pra nada’. Toda vez que eu estou em um caminho e sinto que eu já percorri ele, eu arrumo outro.  Carbono é continuidade, permanência e a certeza de que estou numa caminhada bacana.

Infonet – Para o show em Aracaju, obviamente, você apresenta o seu ‘novo filho’. Mas como você lida com o anseio da plateia em esperar um bis com hits que você emplacou ao longo da história: a exemplo de Paciência, A Ponte, Jack Soul Brasileiro ou Relampiano? Essa expectativa do público incomoda o artista, sobretudo quando se lança um novo trabalho?

Lenine–  De forma alguma. Para o pai não existe um filho mais bonito que o outro. Todas são especiais. Carbono trouxe a oportunidade de releituras de músicas da carreira que estavam “descansando”, digamos assim, e têm uma certa harmonia com o projeto, como “Na pressão”, "Chão", "Olho de Peixe" e outras surpresas.

InfonetQuando mais novo, você cursou a faculdade de Engenharia Química e o nome da sua nova obra é Carbono, um dos elementos essenciais no estudo da química e, no alto da sua singularidade, é capaz de formar os mais diversos compostos. Em uma entrevista a Época, você afirmou que para você ser homogênico, você tem que saber ser heterogênico, e isso seria o básico na música que faz. Carbono seria um composto mais próximo do singular ou plural?

Lenine – Carbono é Castanho, canção em parceria com Carlos Posada, que abre o disco. Não cheguei sozinho. Sou em par, o que faz o som ficar meio ímpar. E todo o álbum reverencia grandes artistas que tenho a honra de ter como parceiros – tanto os novos (João Cavalcanti, Vinícius Calderoni, Nação Zumbi) quanto os de sempre, como Lula Queiroga, Carlos Rennó e Dudu Falcão, Sergio Natureza, Braulio Tavares, Ivan Santos.

Infonet – O uso da percussão e bateria no seu novo trabalho é uma novidade com relação à ‘Chão’, sua última obra. Esse retorno era um anseio seu, ou você trata o uso desses elementos como particulares à cada produção?

Lenine – Essa é minha banda, tocamos juntos durante todo esse tempo, não nos separamos. Chão foi um projeto específico, mas fizemos inúmeros shows juntos paralelamente. Meu trabalho no palco é a soma de várias autoralidades.

Infonet – Em uma entrevista, você disse que o Carbono reverbera e confirma sua vida toda. O que você quis dizer com isso?

Lenine – Carbono está repleto de grandes encontros e é uma grande celebração à vida, aos ciclos da vida – do ser ao pó. Pura alotropia, o que de certa forma sempre fiz na minha carreira: reunir parceiros diferentes para criar algo singular.

Infonet – O disco Carbono tem o selo ‘Prima Mudanças Climáticas’ e numa ação chamada Carbonear , mudas de Mata Atlântica foram replantadas em uma área de proteção ambiental no Rio de Janeiro, neutralizando o impacto ambiental do disco. Você sempre teve essa preocupação com o meio ambiente? Quais as ações que você já desenvolveu?

Lenine – Vejo como uma obrigação, questão de coerência. A gente está vivendo o antropoceno, isso nunca aconteceu na história do planeta: uma espécie interferir no planeta. Não existe fórmula pra gente viver, no que vai dar. Em Carbono estão presentes canções como “Simples assim” e "Quede água?", e o disco foi criado no ano seguinte a uma longa caminhada que fiz pelas cinco regiões do país, com participação de mais de 70 ONGs. Sempre procurei colaborar de alguma forma com essa turma do bem, como o Tamar, SOS Mata Atlântica, Witness, Rain Forest Alliance, ONU, WWF, Projeto Albatroz Brasil, Orquestra Sinfônica Heliópolis, Movimento Pró Criança, Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), campanha Ser Diferente é Normal, Instituto Metasocial, entre outros.

Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio

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