Li e Recomendo traz a obra “O último voo do flamingo”

A dica é do professor de literatura, Anderson Gois  (Fotos: divulgação)

O Li e Recomendo desta semana traz o livro “O último voo do flamingo", de autoria do escritor Moçambicano “Mia Couto”. A dica é do professor de literatura, Anderson Gois.

Foi durante a edição 2007 da Festa Literária Internacional de Parati, no Rio de Janeiro, que Anderson Gois descobriu a obra de Mia Couto. O professor conta que  o autor elabora uma crítica ácida aos semeadores da guerra e da miséria, mas também uma história em que poesia e esperança dependem da capacidade narrativa de contar a própria história com vozes africanas autênticas.

“Mia Couto cria uma cidade imaginária “Tizangara”, lá vive-se num período de paz ilusória, sensação típica no ambiente pós-guerra da vila, onde a segurança é mantida com a ajuda de soldados das Nações Unidas. No entanto, sob circunstâncias desconhecidas, alguns elementos de segurança começam a desaparecer, alegadamente após terem explodido sem razão aparente.  Para investigar este fenômeno é enviado à vila Massimo Risi, um soldado italiano das Nações Unidas, a quem é atribuído um tradutor (o narrador) para ter mais facilidade de explorar aquela terra inóspita.  O italiano, com a ajuda de vários residentes locais, como um feiticeiro, um padre invulgar e uma prostituta, vai tentar chegar ao fundo daquele mistério”, detalha.

Livro é o quarto romance de Mia Couto

De acordo com Anderson Gois, um dos fatos narrados no livro, a explosão misteriosa de soldados das Nações Unidades (ONU), representa claramente uma temática do realismo fantástico.

“Essa temática fantástica é colocada como uma metáfora política, ou seja, o autor africano usa o fantasioso como elemento crítico para a situação que a África está colocada, uma vez que há muitas ‘minas’ e falar que os soldados explodem sozinhos é denunciar essa situação delicada. Desta forma, há uma crítica extremamente contundente ao Governo e a ONU, no que se refere à situação que a África está colocada. Quanto à crítica direcionada ao Governo, se faz necessário afirmar que esse foi criticado a partir da figura do administrador Estêvão Jonas, que era um guerrilheiro revolucionário que lutava ao lado do povo contra a colonização, a favor da independência do país, porém quando obteve o poder em suas mãos só agiu em benefício próprio, esquecendo do povo.  Desse modo os partidos de esquerda são extremamente criticados pelo moçambicano”, conta.

Sinopse

Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente.

Mia Couto é um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. O último voo do flamingo, publicado originalmente em 2000, é seu quarto romance, e foi lançado quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal.

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