A prática de estupro na cidade de Aracaju foi o objeto de estudo de Patrícia que é mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e atualmente é assessora da Secretaria da Educação do Município de Aracaju.  A autora tem se dedicado, desde 2001, a estudar os crimes sexuais e outras práticas de violência contra a mulher.

A análise

A pesquisadora visitou um universo pouco conhecido pela maior parte da sociedade, demonstrando as ocorrências do estupro sob a perspectiva de ser este um crime praticado predominantemente por pessoas conhecidas das vítimas, e, o que é mais grave, em boa parte dos casos no âmbito das relações familiares. Nas suas análises, a autora demonstra que, certamente, a natureza familiar do crime de estupro é uma das razões que envolvem esse tipo de prática sob uma névoa que, muitas vezes, desfoca o rosto dos seus autores, transferindo a responsabilidade pelo delito para as vítimas.

O livro da socióloga analisa também o longo processo de formação da consciência individual e coletiva, aliado à luta de grupos feministas, intensificada no século XX, em busca do reconhecimento da mulher como pessoa de direito.