Marcelo Déda orgulha-se com sucesso do Forró Caju

O Forró Caju é, atualmente, uma das maiores festas juninas realizadas no Brasil, disputando sucesso com os arraiás de Caruaru-PE e Campina Grande-PB. O reconhecimento nacional do Forró Caju foi consolidado na administração do prefeito Marcelo Déda, que projetou o evento a partir do profissionalismo e da manutenção das tradições dos festejos juninos no nordeste. Considerada a mais democrática das festas, o Forró Caju oferece muitas novidades este ano, atraindo milhares de sergipanos e turistas. Confira entrevista com Déda sobre a importância da festa e como ela se tornou um dos arraiás mais conhecidos do país. Infonet – Prefeito, a que se deve o reconhecimento nacional que o Forró Caju adquiriu? Marcelo Déda – Acredito que o que levou o Forró Caju a se transformar num mega evento nacional foi, sobretudo, o cuidado e o profissionalismo com o qual se organizou e realizou o evento ao longo de suas três edições. Além disso, a coragem que a nossa administração revelou, sem falsa modéstia, em tirar a festa do acanhado espaço do estacionamento do mercado e trazê-la para este imenso espaço que é patrimônio arquitetônico de Aracaju, fez do Forró Caju uma festa única, porque nós não precisamos de cidade cenográfica, a própria paisagem do mercado transforma-se na decoração. Outro fator que contribuiu foi a qualidade das atrações. Não permitimos que se contamine a tradição junina, como outras cidades fizeram, trazendo cantores caipiras que nada têm a ver com o São João nordestino.
Portal Infonet – O senhor se sente realizado com o Forró Caju ou ainda existem projetos para as festas juninas de Aracaju que não foram concretizados?
MD – Eu creio que nós ainda temos muito a fazer. Podemos construir a partir dos festejos juninos muitos outros eventos articulados e organizados de forma profissional. Não de forma destrutiva, mas somando forças para reafirmar cada vez mais Sergipe como pólo dos festejos juninos do Brasil. Contudo, nós fazemos um esforço ao longo da preparação do Forró Caju, de criar alternativas que ajudem a fortalecer o evento, a exemplo do Fórum de Forró, do estímulo da prefeitura a quadrilhas juninas e da Marinete do Forró.
Infonet – A grande festa que se tornou o Forró Caju prejudica a tradição dos festejos juninos nos bairros?
MD – Na minha opinião nem atrapalha, nem oprime outras manifestações, pois nada impede as pessoas de fazerem suas próprias programações. Por exemplo, a pessoa pode muito bem começar a sua noite num arraial, depois passar na rua São João para dançar um pouquinho de forró e à meia noite vir para o Forró Caju ver o show de Alceu Valença.
Infonet – Qual a importância da festa como espaço de integração entre diferentes grupos sociais?
MD – Essa é a beleza da festa. Sempre construí uma convicção de que você não pode atrair um turismo consistente e sustentável se o turista vier na cidade, olhar a paisagem e não sentir a expressão humana daquela região, não se entusiasmar com o povo daquela cidade. O Forró Caju deu certo porque foi uma festa feita para Aracaju. E como deu certo para a cidade, como consegui envolver a população, como é a mais democrática das festas, onde você encontra a empregada e a patroa no mesmo arraial, ela contagia a cidade e expressa uma alegria imensa.
Infonet – Como o Forró Caju influencia a economia do Estado?
MD – A festa tem um impacto extraordinário na economia. Ela aquece especialmente as atividades vinculadas ao turismo: hotelaria, transporte, restaurantes, tudo isso sofre uma influência muito positiva. Além disso, abre espaço àqueles que participam do comércio informal, vendendo comidas e bebidas. Enfim, movimenta as pessoas da cidade em torno da festa e, sem dúvida alguma, aquece e ajuda a economia local.
Infonet – Quais as novidades do Forró Caju para este ano?
MD – Este ano estamos mais uma vez aperfeiçoando a festa. Se você comparar o palco da primeira festa com esse a diferença é imensa. Nesse Forró Caju temos um tipo de sonorização diferente, top de linha. Essas caixas suspensas tem uma capacidade de sonorização e qualidade de som de conceito internacional. Temos também um fortalecimento da decoração que busca contagiar todo o centro da cidade. Além de um reforço na segurança e uma melhor sinalização para que as pessoas se orientem na festa. Chega um momento em que a festa se consolida e a gente vai agregando os detalhes.
Infonet – O senhor encara a montagem da Vila Chapéu de Couro como disputa política?
MD – Prefiro não encarar assim. Acredito que nenhum governante inteligente conspira contra o sucesso da sua terra. Seria extremamente inusitado que um homem público contraísse uma teoria de inviabilizar um evento que tem uma marca consolidada nacionalmente, apenas por birra política. Eu prefiro acreditar que esse tipo de mesquinhez não passa pela cabeça do governador do Estado. Eu estive lá e achei a cidade cenográfica muito bonita, foi uma grande idéia. Acho que é mais um espaço, mais uma alternativa que se dá ao turista e isso é bom para a cidade.
Por Alice Thomaz e Márcia Santos

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