O Museu da Gente Sergipana Gov. Marcelo Déda também é a casa de Maria Feliciana dos Santos, a Rainha da Altura. Foi a sua grandiosidade, não apenas em estatura, mas em talento, força, dedicação e projeção de Sergipe pelo Brasil, que a levaram ao Museu. Sua chegada aconteceu na última sexta-feira, dia 27, data em que completou 76 anos de vida, e quando foi inaugurada uma escultura em sua homenagem.
A escultura retrata os diferenciados 2 metros e 25 centímetros de altura, estatura que Maria Feliciana tinha ao receber o título de mulher mais alta do mundo no Programa do Chacrinha, além da faixa e coroa de Rainha da Altura. Localizada na fachada principal do Museu da Gente Sergipana, a escultura recebe os visitantes que passarão a conhecer mais sobre a trajetória de Maria e sua importância para Sergipe. “A presença de Maria Feliciana no acervo permanente do Museu é justa e merecida. Tudo que Maria representa para o nosso Estado agora está eternizado para que as futuras gerações a conheçam e saibam o quanto ela é importante”, afirma o Diretor-superintendente do Instituto Banese, Ezio Déda.
Para Maria, sergipana de Amparo do São Francisco, o presente de 76 anos foi o melhor de todos. “Nunca imaginei uma homenagem dessas. É muita emoção tudo isso que o Banese está fazendo por mim. Estou muito feliz com essa festa de aniversário, com meus familiares presentes e meus amigos tocando forró e principalmente com essa escultura igualzinha a mim. Está perfeita. Muito obrigada por reconhecerem a minha história”, agradece.
De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Banese e diretor de Finanças, Controles e Relações com Investidores do Banese, Aléssio Rezende, guardar e enaltecer as contribuições que cidadãs, como Maria Feliciana, deram a nossa cultura é preservar a nossa história e potencializar a força da sergipanidade, sempre marcada pela resistência e criatividade. “A genialidade e a capacidade de criação dos sergipanos continuam dando grandes contribuições ao desenvolvimento do Brasil. Por isso, o Grupo Banese não mede esforços para cuidar e divulgar a nossa cultura, com diversos projetos liderados pelo Instituto e o Museu da Gente Sergipana”, ressalta o diretor.
Inauguração
O grande momento da homenagem à Maria Feliciana foi a inauguração da escultura, uma surpresa para a homenageada e toda sua família. Além disso, o evento foi de muita celebração porque proporcionou o encontro de Maria com grandes amigos forrozeiros que fizeram parte de sua trajetória enquanto artista de circo e cantora de forró.
O cantor Erivaldo de Carira é um desses amigos de forró e de circo. Acompanhado da sanfona, Erivaldo recordou e fez Maria relembrar os tempos de forrozeira. “O mais lindo de tudo isso é ver que Maria está presenciando esse momento. Muito gratificante porque ela é uma mulher que saiu do interior e se projetou viajando pelo estado e pelo Brasil, sendo coroada como rainha. É um patrimônio vivo, é parte fundamental da nossa história. Foi artista de circo como eu que iniciei nos circos. É uma querida que continua nos emocionando com esse sorriso, essa harmonia. Uma lenda viva do nosso Estado”.
A trajetória de Maria contou com pessoas fundamentais para sua projeção nacional, a exemplo de Josa, O Vaqueiro do Sertão, responsável por apresentá-la aos grandes mestres do forró, Dominguinhos e Luiz Gonzaga. A filha de Josa, Joseany DyJosa, esteve presente e falou de sua emoção. “Essa homenagem desperta em mim muita gratidão. São 76 anos que Maria completa e ganha de presente a oportunidade de ficar eternizada. Lá na frente as pessoas que vierem ao museu e olharem para essa escultura irão saber quem foi Maria Feliciana. E conhecendo Maria certamente saberão de Josa O Vaqueiro do Sertão e tantos outros que estiveram com ela e foram tão importantes para a nossa história. Que bom que existe alguém sensível para reconhecer que ela é sergipanidade. Que emoção ela poder ver tudo isso”.
Muitos outros amigos estiveram presentes, como o professor Lula de Carmópolis, que descreveu como mágico o momento de homenagens à Maria. “Posso afirmar que esse momento que o Banese e o Museu da Gente Sergipana oportunizaram à mulher que considero a mais importante desse estado é mágico e indescritível. Do fundo do meu coração digo que a família e os seus amigos forrozeiros agradecem esse gesto que ficará marcado na vida de todos nós”.
Entre o público estavam muitos que conhecem Maria enquanto artista e amiga, mas também marcaram presença os que desejavam conhecê-la, como é o caso do estudante Fabrício Antônio Curvelo Lima, da Escola Professor Antônio Barros, do Município de Boquim. “Conheci Maria hoje e achei muito interessante a sua história. Ainda mais a reprodução dela em uma escultura maravilhosa que mostra exatamente como ela é. Chamou muito a minha atenção e achei merecido demais porque fiquei sabendo a quantidade de coisas importantes que ela fez por Sergipe”.
Nova instalação
A escultura intitulada ‘Maria Feliciana – A Rainha da Altura’ é do artista plástico Elias Santos. O responsável pela obra de arte descreve o processo de criação como sublime. “Foi sublime porque essa obra foi destinada a uma pessoa que está viva. Não por conta da altura apenas, mas por sua capacidade de transitar e permanecer entre grandes artistas brasileiros ela faz parte de uma galeria de heróis sergipanos. Ao pesquisar sobre Maria para iniciar o trabalho a encontrei entre referências mundiais e isso foi contagiante, foi combustível para que fizesse em dois meses uma obra à altura dela. Quando percebi a semelhança fiquei muito feliz porque cumprimos a missão, afinal, sabia que era especial o que o museu preparava para ela. Agradeço muito a oportunidade e a confiança. É histórico para Sergipe, para a família e para mim enquanto escultor”, conta Elias.
A nova instalação está localizada na área externa do museu e aberta permanentemente a visitação. Ao se aproximar da obra o visitante irá constatar o quanto Maria é grande em estatura e ao acessar as informações disponibilizadas poderá conhecer sua grandiosidade enquanto artista de circo, cantora de forró, jogadora de basquete e sergipana que projetou seu Estado pelo Brasil.
Fonte: Museu da Gente
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