Maria Rita fala sobre novo show e desafios na carreira

Maria Rita traz novo show a Aracaju

“Uma roda de samba que teve nascimento na sala da minha casa, com meu marido Davi Moraes e nossos amigos, Fred Camacho e Marcelinho Moreira, que tinha se encontrado para compor”. É assim que a cantora Maria Rita descreve o 'Samba da Maria', show que ela traz a Aracaju neste sábado, 23.

Maria Rita conversou com o Portal Infonet e contou detalhes de como lidou com as comparações à sua mãe, Elis Regina, sobre a aproximação com o samba, sobre os projetos atuais e a conciliação da vida de artista e mãe.

Confira:

Portal Infonet- A gente sabe que ter uma mãe como a Elis Regina deve ser um significado muito grande, principalmente, ao seguir a mesma carreira. No seu primeiro álbum, inevitavelmente, houve a comparação. Como você lidou com isso? 
Maria Rita- Pra falar a verdade, eu admito que as comparações agressivas me irritaram muito porque eu SOU filha e não há no mundo um filho que não se pareça com a mãe e/ou com o pai. Que tenham usado isso contra mim me parecia não só de uma tremenda deselegância e covardia, mas também um certo desconhecimento básico de genética.  No entanto, nem tudo foi covardia e muita, muita gente logo entendeu que minha intenção não fôra —  e nem é — tomar o lugar dela (nem de ninguém) — até porque o lugar dela NINGUÉM tem como tomar.  Lamento um tanto por quem se sente a maior cantora do brasil de todos os tempos, mas eu sou só filha, posso estar exagerando um pouco na minha colocação (rsrs).

Infonet – O samba é o ritmo do Brasil. O que te levou a gravar dois álbuns dedicados a esse ritmo? 
MR – O desafio a mim mesma, paixão, amor e, mais do que isso, respeito pela história.

Infonet- Um dos seus projetos atuais é com voz e piano (paralelo ao Samba da Maria). O que as pessoas podem esperar dessa apresentação? O que tem de diferente dos outros projetos? 
MR – Tudo é diferente! A começar por serem apenas dois instrumentos dialogando em cima de um palco. Isso é extremamente íntimo, e exige um grau altíssimo de concentração, confiança e coragem. Tudo fica exposto e isso, de certa forma, permite que eu explore o meu cantar de uma maneira outra do que apresento em shows com diferente sonoridade e formação de banda. Eu gosto muito desse desafio. Eu preciso desse desafio e me dou a liberdade de escolher um repertório que me permita expandir minhas limitações enquanto músico.

Infonet- O que o Samba Maria traz para o público sergipano?
MR – De certa forma, é um show semelhante ao “voz: piano” por ser um show livre das amarras do mercado, onde lança-se um disco, estréia-se a turnê, lança-se um dvd, etc.  Ambos os shows fogem desse padrão, e isso me dá muita liberdade de qualquer coisa — desde a escolha do repertório à escolha do figurino, à escolha de cantar com microfone com fio ou sem fio, com in-ear ou com vias de monitor. Tudo pode. No caso do “Samba da Maria”, apresento uma roda de samba que teve nascimento na sala da minha casa, com meu marido (Davi Moraes) e nossos amigos (Fred Camacho e Marcelinho Moreira), que tinham se encontrado para compôr. Canto sambas que me emocionam, que sempre vislumbrei cantar e explorar, mas nunca tinha encontrado um momento certo, um espaço adequado. É um show muito pra cima, muito feliz, com homenagens diversas. Não deixa de ser uma celebração à música, ao samba, à composição.

Infonet- Como é a vida de mãe em meio aos espetáculos? As crianças te acompanham durante as turnês? 
MR: Dura, muito dura, repleta de saudade, de culpa, de horas divididas com celular resolvendo a vida deles mesmo estando longe…não é suave, não.  A sensação de voltar pra casa “só quando dá”, é terrível.  A sensação de que eles um dia podem vir a pensar que qualquer coisa era mais importante pra mãe deles do que eles — só de pensar, me enche de ansiedade. Mas eu sei que sou uma mãe melhor quando trabalho. Eu recarrego minhas energias em cima de um palco, e não dormindo. Volto pra casa exausta, física e emocionalmente, mas encontramos nossa maneira de sermos família dentro do nosso padrão, dentro da nossa ausência de rotina, dentro dos nossos limites. Nem eles pedem de mais, nem eu dou de menos. E quando não tenho show, quando não tenho nenhum evento relacionado a trabalho (entrevistas, ensaios, participações, programa de tv, radio, reuniões, provas de figurino, etc), eu sou toda deles.  Por isso que deixei de estar tão presente em redes sociais. Não divido meu tempo de família com o meu trabalho. Levo pra escola, busco, mando pro banho, arrumo, boto pra dormir, converso, ajudo com dever de casa, com estudo, dou bronca, dou remédio, levo ao médico, dentista, vacina. Tem dias que mal consigo abrir os olhos depois das oito da noite, mas minha maior realização é quando percebo que eles confiam em mim.

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