Por Andreza Azevedo Nascida em 1923, essa ilustre ocupante da cadeira de nº 39 da Academia Sergipana de Letras passou toda a infância e começo de adolescência na cidade de Itabaiana – SE. Mesmo com as proibições da mãe, por achar que essa não era “brincadeira de menina”, a travessura preferida de Thétis, quando criança, era escalar árvores, o que, para ela, ajudou a construir uma característica marcante em sua personalidade até hoje: o desafio, “um auxiliar indispensável para escalar a árvore da vida”. Em 1935, devido às dificuldades causadas pela seca, a família Barreto Nunes resolve morar em Aracaju – SE, em busca de oportunidades. Assim, Thétis ingressou no Atheneu Sergipense, onde se destacou como uma das melhores alunas. Concluindo o Curso Secundário, foi admitida na primeira turma da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e formou-se em História e Geografia, obtendo sempre as primeiras colocações em seus estudos. Em 1945, ela se tornou a primeira mulher a fazer parte do quadro de intelectuais sergipanos que lecionavam no Atheneu Sergipense, até assumir a condição de diretora e implantar diversas reformas pedagógicas. A historiadora foi também a primeira sergipana a ingressar no magistério superior, posteriormente ocupando cargos como o de membro da assessoria da campanha eleitoral do Marechal Lott e diretora do Centro de Estudos Brasileiros na Argentina. Já em 1968, com a criação da Universidade Federal de Sergipe, a professora e historiadora pôde lecionar várias disciplinas ligadas à História e à Cultura, até tornar-se decana e ocupar, por duas vezes, o cargo de vice-reitora dessa universidade. Thétis foi também membro do Conselho Estadual de Educação (1970-1981) e do Conselho Estadual de Cultura (1982-1994). Mas para falar de toda a história de vida dessa incrível personalidade sergipana é preciso dedicar-se a escrever um livro. Afinal, o título de “Sergipana do Século XX” não veio por acaso. “Sou essencialmente professora. Sinto-me realizada quando me encontro na sala de aula, em contato com a mocidade. E já se vão 36 anos que vivo com essa experiência iniciada ainda estudante, como professora do velho Atheneu da Rua da Frente… A pesquisa histórica também me seduz, sobretudo pela oportunidade que permite desvendar ou explicar o passado em Sergipe”. (Maria Thétis Nunes, em 1982) Atualmente, Maria Thétis Nunes é presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe e representa os Conselhos de Educação e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe. A professora e historiadora tem participado de congressos, simpósios e encontros culturais em vários Estados do Brasil, nos quais tem pronunciado palestras e conferências. Além disso, são vários os livros e artigos publicados em revistas e jornais nacionais e argentinos, que tratam principalmente de questões sócio-culturais, embasadas em um profundo conhecimento científico, porém com uma linguagem didática. “Talvez não haja coisa mais difícil do que falar sobre determinadas figuras ou personalidades de ampla e intensa atuação social. Difícil e extremamente delicada, pois, ao fazê-lo, corremos o risco de cometer injustiças, simplificar, empobrecer, desvirtuar um nome demasiado conhecido e reconhecido ou ainda cair no mero panegírico. E se essa figura é a professora Maria Thétis Nunes, a tarefa se complexifica bastante, pois se trata de uma dessas personalidades que se faz presente em nosso firmamento, eclodindo ora aqui, ora ali, arrastando para o seu raio de ação um número sempre crescente de espectadores”. (Antônio Ponciano Bezerra, professor da UFS)
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