Mostra Cinema Direitos Humanos traz filmes com audiodescrição

A sessão para os deficientes visuais exibiu o filme “Pra Frente Brasil” (Fotos: Vinicius Fontes)
Os detalhes de cada cena do filme “Pra Frente Brasil” não vieram em imagens, mas através do som que saia dos fones  usados por cada um dos espectadores que estavam na sala 9 do Cinemark Jardins. Isso porque na tarde desta quarta-feira, 15, a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América Latina ofereceu um sessão voltada para os deficientes visuais. O filme contava com o recurso de audiodescrição. 

O filme exibido mostra um Brasil sob o comando militar, quando em 1970, os brasileiros torcem com a seleção de futebol no México. Enquanto isso, os prisioneiros políticos são torturados nos porões da ditadura militar e inocentes são vítimas desta violência. Todos estes acontecimentos são vistos pela ótica de uma família quando um dos seus integrantes, um pacato trabalhador da classe média, é confundido com um ativista político e “desaparece”. A obra é de Roberto Farias e lançado em 1982. 

Espectadora diz que deveriam existir mais filmes com o recurso
“Todos os filmes exibidos nesta mostra têm em comum a temática. No entanto, além de falar em Direitos Humanos, é preciso mostrar que uma das vertentes dessa temática é a inclusão. Por isso, este evento faz questão de contemplar as pessoas com deficiência visual com filmes com audiodescrição. Em alguns estados por onde a mostra passa, como Sergipe, esse tipo de produto não é comum. Então, ela possibilita o acesso adequado das pessoas com deficiência visual ao cinema”, destacou Rosângela Rocha, diretora da Casa Curta-SE e responsável pela produção local. 

A diretora do Centro de Atendimento Pedagógico aos Portadores de Necessidades Especiais da Secretaria de Educação de Aracaju, Joana Meireles, afirma que a iniciativa é uma forma de inclusão. “O deficiente visual não tem acesso a um filme com audiodiscrição, apenas a filmes com áudio normal. É uma novidade porque eles vão participar de uma sessão de cinema em que poderão, através de seus fones, ouvir e saber o que está acontecendo em cada cena”.  

Alda Pereira se tornou deficiente visual há 16 anos. Aos 41 anos, Alda ainda não conhecia esse tipo de filme. “Fiquei curiosa ao saber que teria uma sessão destinada a nós, portadores de deficiência visual. Acredito que este tipo de sessão deveria vir mais vezes a Aracaju”, comentou. 

A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC-SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores. Em Aracaju, a Mostra acontece até esta quinta-feira, 16, e tem produção local é da Casa Curta-SE.

Fonte: Curta-SE

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