O Espaço Cultural Yázigi e a Casa Curta-SE apresentam no dia 18 de fevereiro, quarta-feira, a mostra de curta-metragens “Impressões das Áfricas”. O evento acontece a partir das 19h e é uma promoção do Consulado Geral da França de Pernambuco e da Fundação Joaquim Nabuco, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe/CEAV. O acesso do público sergipano a filmografias diversificadas é restrito. O mercado local é dominado pelo chamado “cinemão”. O agravante é que não é a cinematografia brasileira que está na grande tela, na maior parte do tempo. No entanto, mesmo que se oculte realmente a visibilidade do cinema nacional, ele é surpreendente em sua existência diversificada, ousada e apaixonante. Com o objetivo de diversificar o mercado local, abrimos espaço, como numa grande ocular, para outras possibilidades culturais, para conhecer outras nações, principalmente aquelas com semelhante dificuldade de circulação estética. Assim, chega a Aracaju um recorte da cinematografia africana, através da mostra “Impressões das Áfricas – A África em 29 Curtas”, trazendo obras filmadas nos últimos 30 anos. O Consulado da França de Recife, o Centro Editorial e Audiovisual da UFS, o Espaço Cultural Yázigi e a Casa CURTA-SE têm o prazer de propiciar aos sergipanos, neste mês de fevereiro, tão valiosa preciosidade de nosso patrimônio cultural da humanidade. A mostra já passou por Recife, João Pessoa, Salvador e São Luís. De acordo com a encarregada de Missão de Serviço Cultural do Consulado, Emilie Lesclaux, várias Áfricas estão presentes na mostra. “É a África na sua diversidade: tradições versus modernidade, religião, o lugar da mulher na sociedade, a guerra, os problemas sociais, a infância, o imaginário, os contos, a tradição oral”, escreveu por e-mail da França. Emilie acrescentou que não há uma estética do cinema africano, “os filmes são muito diferentes entre si”, mas ela destacou a importância do cinema de animação no Continente. Para Rosângela Rocha, coordenadora da mostra em Sergipe, os curtas são uma excelente oportunidade dos sergipanos terem acesso à cinematografia simples e bela do cinema africano. A mostra foi dividida em seis programas: “Infâncias do Maghreb”, “Linhas de Vida”, “A Iniciação”, “Contos e Lendas”, “Jogos e Brinquedos” e “Contos de Animais”. A seleção foi feita pelo Ministério de Assuntos Exteriores Francês que procurou contemplar tanto a África Negra quanto a África Árabe. Em ambas, passa longe a imagem de exotismo vendida durante anos por Hollywood. Nada de safáris ou misteriosos beduínos. No lugar deles, a obra do mauritano Abderrahmane Sissako, considerado pela crítica o maior nome do cinema africano atual. Ele está presente com O Jogo, realizado em 1988. O tema não poderia ser outro: a guerra, mal que assola o continente, dividido por disputas, em sua maioria, tribais ou religiosas. O olhar de Sissako une ficção e documentário ao contar a história de um pai de família que, após passar um dia com a mulher e o filho, deve voltar à frente de batalha. Enquanto isso, as crianças brincam de guerra. O cine-teatro do Espaço Cultural Yázigi exibirá os programas 5 e 6 (“Jogos e Brinquedos” e “Contos de Animais”), a partir das 19h, com entrada gratuita. Os outros programas serão exibidos na Universidade Federal de Sergipe, no dia 11/02, e na Casa Curta-SE, nos dias 12 e 13/02. Dos 53 países africanos (de acordo com o último Almanaque Abril), 11 estão presentes, sendo que há uma predominância de curtas vindo de Burquina Faso. São nada menos que 10 produções de um total de 29 curtas. Destaque para Moustapha Dao que terá quatro películas exibidas. Na mostra, Dao enfoca o mundo mágico das lendas africanas, a exemplo de O Sobrinho do Pintor, e também a realidade das crianças em A Rua é Nossa. No primeiro, Ali, um garoto de 11 anos que vive numa aldeia, onde sua avó lhe conta histórias recheadas de fantasia e protagonizadas por pequenos personagens mascarados como a lebre e a hiena. Mas quando o pai de Ali o envia para a cidade grande, o garoto se choca com a mudança. O segundo se passa durante as férias escolares. Nesse período, a rua acolhe as crianças e seus jogos, primeiras emoções amorosas, primeiros confrontos, fabricação de brinquedos. Dao registra tudo em cenas rápidas e bem-humoradas. PROGRAMAÇÃO NO ESPAÇO CULTURAL YÁZIGI PROGRAMA 5 JOGOS E BRINQUEDOS O Jogo, Abderrahmane Sissaki, Mauritania, 1988, 23 min Bilakoro, Dany Kouyaté, Issa Traoré de Brahima e Sékou Traorê, Burquina Faso, 1989, 15 min A Rua é Nossa, Moustapha Dao, Burquina Faso, 1989, 15 min Souko, Issiaka Konaté, Burkina Faso/França, 1998, 31 min PROGRAMA 6 CONTOS DE ANIMAIS O Sobrinho do Pintor, Moustapha Dao, Burquina Faso, 1989, 29 min O Menino e o Jacaré, Moustapha Dao, Burquina Faso, 1991, 17 min O Ovo, Moustapha Dao, Burquina Faso, 1991, 17 min Kokoa, Moustapha Alassane, Niger, 2001, 13 min Mais informações sobre a mostra através do telefone (0xx79) 246-6265 (Casa Curta-SE). Por Marcelo Rangel
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