Moviecom fecha as portas em Aracaju – Ivan Valença
Fechamento de cinemas sempre deixa alguma tristeza, principal no cinéfilo mais enraizado, aquele que não perde um bom filme, em qualquer lugar que esteja sendo exibido. Aqui não se trata propriamente do fechamento de cinemas – mas poderá ser, claro – mas o encerramento das atividades de uma empresa exibidora. As salas vão continuar no mesmo local, fechadas, à espera de quem queira explorá-las. Fica-se torcendo para que outros grupos exibidores – como a UCI e a Hoyt, a primeira inglesa, a segunda australiana – que operam no país manifestem interesse nas salas. Tomará que até o próprio Cinemark, o grupo que opera as 9 salas do Shopping Jardins consigam fazer negócios, antes que o espaço interesse à Igreja Universal do Reino de Deus, este “fantasma” que sempre persegue as salas de cinema desativadas. O interessante é que o fechamento das salas do Moviecom causa tristeza, sim, mas não tanto quanto o fechamento das chamadas salas de rua. Até hoje a gente lamenta o desaparecimento do Rio Branco – se estivesse “vivo” seria o cinema mais velho do mundo -, do Vitória, do Palace, do Rex, do Guarany, do Tupi, do Bomfim, do São Francisco, até do Atalaia, no Santo Antônio, e do Plaza, que tinha mais de 1 mil poltronas. Hoje, no mundo inteiro, até por uma questão de segurança, os cinemas prosperam nos shoppings. Também pelo fato de que os terrenos em ruas ficaram excessivamente caros, que não dá para comprar um e montar uma sala de cinema. É melhor comprar o terreno e fazer um prédio. Então, o fechamento destas salas põe em risco a exibição cinematográfica? Não propriamente. É bem verdade que os Estados Unidos já tiveram mais do que as 22 mil salas de hoje. Que o Brasil precisa de pelo menos 6 mil salas e não somente as 1.500 salas que tem hoje. A questão é que cinema, tanto na produção quanto na exibição, continua sendo uma atividade de risco. Então, vamos prantear hoje a última sessão de cinema do Moviecom. Está marcada para as 21h40. Os que já estão saudosos dele poderão ir ver “Meu Nome Não é Johnny” e entoar o “Requiescat in pace”. Por Ivan Valença
Moviecom – uma empresa paulista que administra em torno de 150 salas de exibição, em geral no interior de São Paulo, do Rio e de Minas Gerais – está encerrando suas atividades em Aracaju, cinco depois de ter aportado, com 5 salas exibidoras no Shopping Rio Mar.