O Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), vai reabrir na próxima sexta-feira, 13, um dos mais importantes patrimônios históricos do Estado: o Museu Histórico de Sergipe (MHS). O MHS é a instituição museal mais antiga de Sergipe e fica em São Cristóvão, na praça São Francisco, nossa candidata a Patrimônio Histórico da Humanidade.
Após dois anos de restauração, o museu reabre suas portas com algumas novidades para os visitantes. O MHS disporá de um auditório, batizado com o nome da historiadora e museóloga Maria Thétis Nunes, sala de souvenires, sala de exposições temporárias, dentre outros. Todas as inovações estão previstas em um Plano Museográfico, feito pela primeira vez na história do museu, e que passará a diferenciá-lo como um espaço bem planejado e funcional, e não apenas como um local de exposição de peças antigas.
“Após o período de reforma, poderemos dar de presente a São Cristóvão e ao mundo esse importante patrimônio histórico e de preservação do passado artístico e cultural de Sergipe. Além disso, o museu tem agora um Plano Museográfico, fato inédito e que irá atender as propostas da nova museologia brasileira. É Sergipe acompanhando o que acontece de mais relevante em se tratando de cultura no país. Esse feito dignifica a nossa passagem pela Secretaria de Cultura”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino.
Ainda de acordo com Eloísa Galdino, reabrir e manter o devido funcionamento do Museu Histórico de Sergipe, que completa em março de 2010 seu cinquentenário, marca o início da volta do funcionamento dos museus e igrejas de São Cristóvão para visitação pública e manutenção de um positivo fluxo turístico. A partir de sexta-feira, não só o MHS, mas o Museu de Arte Sacra e as igrejas do município estarão abertos ao público durante os dois turnos do dia. “O Governo de Sergipe entende que São Cristóvão é um pólo com enorme potencial cultural e histórico, especialmente porque o município passa por um momento especial, com a praça São Francisco como candidata do título de Patrimônio Histórico da Humanidade”, ressalta.
Thiago Fragata, diretor do museu, explica que as obras foram concluídas em 90% de que no cinqüentenário, o local estará funcionando em sua plenitude. “Resolvemos reabrir o museu para visitação diante dos inúmeros pedidos da população e de turistas. As pessoas precisam contemplar esse belo local e suas obras de arte. Reforço que a recuperação do prédio está dependendo apenas de alguns ponto do Plano Museográfico e que, dependendo apenas da finalização do afresco da sala Horário Hora, ou seja, o serviço de pintura da parede”.
Acervo
Diverso em sua origem, a proposta do museu recorta contexto e temas da sociedade provincial e republicana, numa cronologia que perpassa a Mudança da Capital de São Cristóvão para Aracaju, em 1855, a falência do regime monarquista e implantação de nova ordem política de 1889. Prédio e acervo remontam o século XVIII e desafiam o tempo para satisfação e aprendizado do público visitante.
O acervo do MHS possui em torno de 4 mil peças, entre artes plásticas, mobiliário, numismática e medalhística, porcelana, documentos, armaria, entre tantas outras, que buscam divulgar e preservar o passado histórico, artístico e cultural de Sergipe. “A missão do Museu Histórico de Sergipe é salvaguardar a memória e identidade do povo sergipano representado nos bens móveis e imóveis que compõem seu acervo”, afirma Thiago Fragata.
História
O patrimônio histórico funcionou como Palácio da Província de Sergipe, na fase do Brasil Império. Com a mudança da Capital, de São Cristóvão para Aracaju, em 17 de março de 1855, o prédio foi desocupado e teve outras funções, como as de Hospital, Cadeia, Exatoria e Escola.
A ideia inicial surgiu de uma reunião no Clube Sergipano, em 1959, entre Lauro Barreto Fontes, José Calasans, o Governador Luis Garcia e seu secretário de Governo, Junot Silveira. Do encontro, Junot saiu incumbido de angariar doação e comprar objetos diversos para composição do inestimável acervo. Seu irmão Jenner Augusto, artista plástico, foi convidado para montar a exposição das peças.
Somente em 5 de março de 1960 o prédio é direcionado para abrigar o Museu Histórico de Sergipe, pelo então Governador do Estado Dr. Luis Garcia, através da Lei nº 988 de 21 de setembro de 1960 e integrado à Secretaria de Educação e Cultura pelo Artigo 44 da Lei 1.003 de 8 de novembro de 1950. Estando hoje, sob a tutela da Secretaria de Estado da Cultura.
ASN
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