Música eletrônica faz parte da noite aracajuana

A noite aracajuana está deixando a mesmice de lado e buscando se atualizar, como acontece nas grandes cidades. O que vem sendo comprovado pelas festas de música eletrônica que mensalmente são produzidas pela K-Produções, em parceria com a Infinity/Pragatecno-SE. Pensando nisso, o Portal InfoNet conversou com o DJ Léo Levi do grupo Pragatecno, sobre a difusão da música eletrônica em Aracaju. PORTAL INFONET – Mensalmente, a K-Produções e a Infinity/Pragatecno-SE, realizam festas de música eletrônica. Você como integrante desse projeto de expansão da cena eletro em Aracaju, percebe que está havendo uma aceitação do público acostumado a uma vida noturna tradicional? LÉO LEVI – As pessoas em Aracaju estão acostumadas a DJs que fazem um trabalho mais comercial, tocando músicas que fazem sucesso nas rádios. Nós do Pragatecno fazemos um trabalho onde a base é o nosso gosto particular, tanto que cada DJ tem seu estilo. Antes dessas festas que realizamos junto com a K-Produções, já nos apresentamos em outros eventos e o público era restrito, mas ultimamente, percebemos que isso ta mudando. Estamos conquistando um público diverso, pessoas que não conheciam nosso trabalho vêm as festas e acabam gostando do que ouvem, o que é muito bom. Além disso, estamos formando um público, uma nova geração de pessoas, na faixa de 15 a 19 anos, que acompanham nosso trabalho e quem sabe futuramente se interessem e também possam fazer algo parecido. INFONET – Com as festas vocês fazem um trabalho de divulgação da cena eletrônica. Existe algum projeto futuro onde as pessoas possam ter um maior contato com esse mundo? LL – Sim, estaremos realizando entre outras coisas cursos de DJs. Percebemos o interesse de várias pessoas em poder manipular música. Pessoas que têm um embasamento na área e só precisam aprender a coisa técnica. Como em Aracaju cursos como esse não existem, nos sentimos na obrigação de passar o que sabemos a quem tem interesse pelo fato de aguçarmos a curiosidade sobre a música eletrônica nas pessoas. INFONET – A maioria dos DJs que tocam nas casas noturnas em Aracaju são considerados “troca CDs”. Apenas escolhem uma música e colocam no som. Você acha que isso desvaloriza o trabalho de DJs profissionais que fazem um trabalho de criação e manipulação de música? LL – De forma alguma, esses DJs também fazem um trabalho bacana. Parece ser fácil mas não é, além de conhecer sobre música você tem que manter a pista, conhecendo o público que está presente naquela noite e saber o que vai fazer com que continuem dançando. Esses DJs também são profissionais, eles conhecem o lado técnico de coisa, como equalização do som e outros artifícios, mas acontece que a maioria do público prefere que apenas toquem uma set list (repertório de músicas do DJ), fazendo o trabalho de “troca CDs”. INFONET – A Pragatecno é um grupo de DJs de todo o Nordeste, e percebe-se um corporativismos entre os integrantes. Tanto os DJs de Aracaju são convidados a tocar em outros Estados, como DJs de outros Estados também são convidados a se apresentarem aqui. Fora da Pragatecno, vocês também subsidiam companheiros de profissão? LL – A profissão de DJ está em crescimento, e em Aracaju isso ainda está muito recente, por isso, nós que trabalhamos na noite, precisamos sempre ajudar uns aos outros. Indicamos o trabalho de algum DJ que conhecemos para produtores, não só daqui como de outros Estados, dando uma força mesmo. Além disso estamos sempre abertos a conhecer novos DJs, geralemente em festas particulares, alguém bota um som de qualidade só por diversão, a partir daí percebemos que ali existe um DJ e se possível procuramos passar o que sabemos. Afinal de contas, a maioria dos DJs começaram assim e fazendo isso estamos amplificando o mercado de DJs de música eletrônica no Estado. Por Theo Alves