Sensível é o nada; A sensação de tê-lo envolto. Nada que suscita criação mesmo sem palavras, Sem idéias aparentemente fisicalizadas em signos, Ou até mesmo com elas, desencontradas. Filamentos pálidos de ausência Tomam-me neste instante de ebulição Em que o ócio torna-se saudade. Em que o vazio me invade. Beijo a fronte pálida da saudade E contemplo do alto o Nada que tece manhãs, tardes e noites Que vai pintando as horas, Que vai colorindo as paredes do meu quarto, O chão, a cama, o colchão, os lençóis, o travesseiro, tirando-me o sono. Vai tecendo o tudo em nada, o nada com nada em tons niilistas Conduzindo-me ao nada, ao caos de um mundo sem respostas. Atemporal. O Nada em tudo vai tecendo Vai pintando noites, tardes, manhãs (?) Do alto de um templo Onde, à fronte pálida, beijo a saudade…
Invade-me o vazio onde a saudade se torna o ócio
Em ebulição de instantes que me tomam
Em ausência de pálidos filamentos desencontrados.
Eis minha taça de Nada que me embebeda
Tão logo a bebo numa golada;
Eis o meu drinque de Arte com uvas de inquietação.
Por Gustavo Aragão
* Todos os direitos estão reservados ao autor perante a Lei de Direitos Autorais.
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