Ofá Modê lança exposição no Museu Afro-Brasileiro

Evento aconteceu hoje no museu em Laranjeiras (Foto: Pritty Reis)

Esculturas marcantes e carregadas de elementos da cultura afro-brasileira compõem a exposição “Ancestralidade Viva”, do artista visual Ofá Modê. A mostra individual foi lançada nesta quarta-feira, 22 de novembro, no Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, localizado no município de Laranjeiras, com a presença de amigos, outros artistas e estudantes de duas escolas públicas, uma de Laranjeiras e outra de Lagarto.

“Para mim é um privilégio poder apresentar uma exposição com esta temática, pois muitos artistas gostariam de fazer isso e não conseguem um espaço adequado. Acredito que esta exposição é uma forma de romper barreiras, mesmo que eu tenha consciência de que não sou o primeiro nesta luta”, afirmou Ofá Modê. Sobre as impressões dos estudantes, o artista acredita que ainda há muito para se desmistificar em relação à cultura de matriz africana. “Eles ainda ficam meio confusos, pois ao longo da vida aprenderam, por várias vias, que a cultura negra é suja, ruim, o que não é verdade e estamos desconstruindo essa ideia aqui”, defendeu.

O evento faz parte das ações que a secretaria de Estado da Cultura (Secult), está desenvolvendo em alusão e respeito ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro. “As pessoas procuram muito o Museu Afro neste período da Consciência Negra, quando recebemos o maior número de visitantes. É importante pararmos de tratar o negro com pena e ver o quanto nós lutamos pelos nossos direitos e resistimos ao longo da história”, argumentou a diretora do Museu, Verônica Consuelo. 

A professora, Fátima Maria Silva Santos, contou que trouxe a turma de alunos da Escola Municipal Alcino Manoel Prudente, de Laranjeiras, para conhecer o museu, pois também está trabalhando o conteúdo do Dia da Consciência Negra na sala de aula. “Além disso, embora todos sejam moradores da cidade, muitos dos alunos não conheciam o Museu Afro. Acho muito importante eles terem este contato, até para verem esta questão da ancestralidade, do candomblé e dos orixás como parte de uma cultura, e não como uma coisa ruim, o que muitas vezes eles aprendem em casa”, destacou a professora Fátima Maria Silva Santos,

O mesmo interesse demonstrou a estudante do 8º ano, Yasmin Santos Silva, da Escola Municipal Alberto Santos Dummont, de Lagarto.   “Achei a visita ao Museu muito interessante, pois todas as salas e a exposição simbolizam a história dos nossos antepassados, o que eles viveram, sofreram, produziram e podemos aprender mais sobre este tema. A exposição também foi muito interessante de visitar, pois o artista estava explicando como fez cada obra e como foi a sua pesquisa sobre a cultura negra”, opinou.

Sobre o artista

Josemir da Silva Costa, o Ofá Modê, nasceu em Recife, em 23 de fevereiro de 1977. Morou em Olinda até os 24 anos de idade. Mudou-se para Sergipe no ano de 2000, aonde vive até então. Sua ligação com a arte e a cultura afro-brasileira vem da relação com o candomblé, onde recebeu o seu urukó (nome de santo): Ofá Modê. Já participou de diversas exposições com obras que estão distribuídas nos estados de Sergipe, Bahia e no Distrito Federal, Alagoas e São Paulo.

Fonte: Secult

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