Por Ivan Valença Se estivesse no mundo dos vivos – ela morreu a 12 de maio de 1992 – a atriz Marlene Dietrich estaria completando, no próximo dia 27, 100 anos. Na Alemanha, onde nasceu, na França e nos Estados Unidos, as Cinematecas, os cine-clubes e os institutos do filme preparam retrospectiva daquela que, desde que apareceu pela primeira vez nas telas, em “O Anjo Azul”, em 1930, sob a direção de Josef Von Sternberg, tornou-se um mito no show-business. Foi estrela das telas até meados dos anos 50 e quando os bons papéis já não lhe chegavam com facilidade, voltou seu talento para a canção que ela cantava com voz de veludo, em shows pelos cabarés do mundo afora. A canção alemã nunca mais foi a mesma desde que la Dietrich, já doente, recolheu-se aos seus aposentos e não recebia ninguém, às vezes nem a filha. Os 100 anos de Marlene Dietrich estão sendo comemorados no Brasil, esta semana, através de uma retrospectiva que lhe dedica o canal Tele Cine Classic (o 66, da Rede Net). Até o próximo domingo, sempre às 22 horas, pode-se assistir a um filme com Marlene Dietrich – nascida em Berlim como Marie Magdalene Von Losch. As biografias dizem que “O Anjo Azul” não foi o seu primeiro filme, mas aquele em que Sternberg soube explorar o sex-appeal da jovem. Conquistada pelo cinema americano, não retornou à Alemanha nem mesmo quando Hitler quis fazer dela uma espécie de “rainha do nazismo”, papel que ela rejeitou com elegância. A mostra do TCC começou exatamente com “O Anjo Azul”, o filme com Emil Jannings que ela dominou de ponta a ponte. Na terça-feira, teve “Marrocos”, já produto americano, de 1930, ainda dirigido por Sternberg, com Cary Cooper, sobre cantora de cabaré que se apaixona por um legionário. É neste filme que está a célebre cena em que ela beija uma outra moça, dando início aos murmúrios de que ela, de fato, bissexual. Nessa quarta-feira, é a vez de “O Cântico dos Cânticos”, 1933, um filme menor de Rouben Mamoulien, com Brian Aherne, sobre garota que vai para Berlim e se apaixona por um escultor. Na quinta-feira, um western imperdível: “Atire a Primeira Pedra” é de 1939, dirigido por George Marshall, onde ela atua ao lado de James Stewart. A história, de tons cômicos, se desenvolve numa cidadezinha de ruas lamacentas e foi refilmada umas 3 vezes. Na sexta-feira, é a vez de “A Pecadora”, que Tay Garnett filmou em 1940. Marlene mais uma vez é a garota de cabaré por quem o galã John Wayne se apaixona. Fez muito sucesso na época do lançamento e foi pouco visto depois. Entre 1944 e 1947, Marlene passou divertindo as tropas americanas na Europa. Quando voltou a filmar, fez “A Cigana Feiticeira” (1947) que encerra domingo a mostra do TCC. Direção de Mitchell Leisen. Marlene é Lydia, uma cigana húngara que ajuda um major a fugir das tropas alemãs, disfarçando-o de cigano – papel de Ray Milland.
No sábado, “Paixão Fatal”, que o francês então exilado René Clair fez nos Estados Unidos. Marlene é outra vez a mulher fatal que se divide entre dois homens, Bruce Cabot e Roland Young. Também é imperdível.
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