Uma tradição passada de pai pra filho e que deve se perpetuar por outras gerações. É assim com Erivaldo de Carira, um dos ícones da música sergipana, que herdou do pai, Manoelzinho de Carira, um dos mais autênticos sanfoneiros de oito baixos, o gosto pela música nordestina e o prazer de cantar as coisas da terra. Os filhos Erivaldinho, 28 anos, – que é sanfoneiro e toca com o Mestre Zinho -, Mestrinho do Acordeon, 16, e Taís Nogueira, 14, – que toca e canta com o pai, respectivamente, – também seguem carreira artística. 
Mestrinho e Taís seguem os passos do pai
“A inspiração para cantar vem da roça. Sou de uma família humilde, de trabalhadores, agricultores. E numa das músicas canto a tradição dizendo que meu pai foi sanfoneiro e hoje quem canta sou eu”, afirma Erivaldo, lembrando que costumava ouvir o programa Festa na Casa Grande, apresentado por Josa Vaqueiro do Sertão. “Também ouvia no serviço de alto-falante que tinha na cidade muita música de Luiz Gonzaga, que é meu ídolo e faz parte do meu repertório”.
Erivaldo nasceu em outubro de 1949, em Carira, no sertão de Sergipe. Desde pequeno acompanhava o pai. Aos 15 anos já tocava sanfona em festas. A primeira apresentação sem a presença do pai aconteceu quanto tinha 18 anos, numa época que a iluminação das festas era a base candeeiros. Entre uma festa e outra também trabalhou como motorista de ônibus e depois comprou um caminhão, que fazia linha para feiras de diversos municípios, levava lenha e esterco para Itabaiana.
Com 30 anos de carreira, seis discos em vinil e três CDs, o último deles lançado no ano passado, “Aqui tá bom”, que tem como carro-chefe “Ô saudade”. “Apesar dos meus filhos terem começado em bandas, preferiram seguir pelo autêntico forró. Nessas bandas o sanfoneiro não aparece”.
Por Ailton Sousa
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