Passa bola – por Gustavo Aragão

Passa bola

Não enrola

Sou um dragão na sua cola

Embola,

Embora!

Sem demora

Que a imaginação aflora.

Sou o possível e o impossível

Tenho asas e

Sou passível

Sou um míssil guiado

Sou perceptível

Sou legível

Tenho fadas,

Espadas,

Versos e estradas,

Sou labirinto infinito,

Percorrido por vários mitos

Passa bola

Não enrola

Sem demora

Embola,

Embora!

Sou a voz daqueles que não a tem.

Sou encantada.

Sou sonata

Daqueles dorminhocos

Que ainda crêem;

Em contos de fadas.

Sou alegria,

Magia,

Fantasia,

Mil e uma maravilhas,

Sou o arco-íris entre o cimento

E o abstrato

Entre as pétalas de uma flor

E o seu cheiro,

Sou um amor…

Um amor de coisa preciosa,

Sestrosa.

Tão maestrina da minha orquestra de sonhos,

Tão serpentina dos meus carnavais.

Quem sou eu?

Sou eu e nada mais

Sou fantasma, que derrete.

Sou o símbolo dos pensamentos tão pensados.

Sou festa no céu,

Inanimado todo animadinho

Louco pra brincar no jogo do raciocínio

Com a imaginação.

Sou eu, fruto da frondosa árvore: imaginação,

Onde o impossível pode

Torna-se possível.

Quem sou eu?

Sou eu e muito mais do que possam imaginar.

Sou um mar de criatividade,

Sentimentos,

Afetividades

Não tem idade pra me amar.

Sou assim mesmo, um amor…

Um amor de coisa preciosa!

Sou manhã com três, quatro

Mil

Sóis.

Sou noite com 100.000 luares

E doze sextilhões de estrelas

Transmutadas em possibilidades

Criativas

De se mostrar e repensar a vida.

Passa a bola

Não enrola

Desenrola, vamos!

Sem demora.

Desembola

Embora!

Quem sou eu?

Sou a literatura infantil e muito mais

Sou muito mais do que vocês possam imaginar.

                             Por Gustavo Aragão Cardoso

 

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