É chegada a hora do poema revelar-se dominante (?)
Eis o dia “D” lançado aos vossos pés
Vai-se deglutindo horizontalmente os seus (in) cantos
Quando o melhor seria verticalmente degluti-los
É preciso cabeça zás e pensamentos livres
Para acompanhar as horas zás-traz e os poemas flashes
Que agora nos trazem a ousadia de tempos modernos,
Mas também vossos esplendores magnânimos
Que tornam estrito o que era lato
Genuncircunflexado vos louvo
Ó deus da pá lavra que o meu ser
Im – Pã – zi – na de reflexões lucíferas
E ilumina o que em mim se exprime
Desexprimindo-o em palavras humanas
Salve, ó deus sintético
O mundo que em vão se distrai a caminhar
por um chão repleto de eus e ais
Salve, ó deus, os poetas
Que reduziram-se a detritos,
A palavras ocultas,
A pó,
A seres afônicos,
Que, por serem altamente grafos,
Se perderam na cosmolíngua,
que os consome vorazmente
E que travam injustamente uma fatídica batalha
com o deus KOM UNIK ASSÃO que vos aplica
uma super-dosagem de morfina conativa letargiante.
Perdoai-me de todos os pecados cometidos,
Ó deus do instrumento, que fecunda e fertiliza o meu ser
e semeia em mim a luz do saber universal.
Fazei de mim um instrumento vosso para que eu possa
Falar ao mundo o próprio mundo e o mundo que em mim se revela
E que não mais cabe,
Revestidos de palavras azuis com o sabor de auroras taciturnas
Por Gustavo Aragão
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