Patricia Polayne comenta sobre carreira e novo show

Polayne se apresentará no Teatro Atheneu nos dias 28 e 29 de abril (Foto: Divulgação)

A cantora e compositora sergipana Patricia Polayne se apresentará nos dias 28 e 29 de abril no teatro Atheneu. O show, que vai contar com a gravação do DVD da turnê ‘As canções do exílio’, é considerado como o fechamento de um ciclo da artista, que desde 2009 se apresenta com as músicas de seu primeiro disco ‘O circo singular’.

A equipe do Portal Infonet entrevistou a cantora, e elas nos contou detalhes de sua carreira e da sua apresentação. Ela aproveitou ainda a oportunidade para dar seu ponto de vista a respeito da política cultural sergipana, e da sua relação com a prefeitura e o governo.

Portal Infonet – Qual a importância do disco ‘O circo singular’ em sua carreira?
Patrícia Polayne –
Esse disco foi concebido através do prêmio Pinxinguinha, promovido pelo Ministério da Cultura, que ganhei por meio de um edital em 2009 representando o Estado de Sergipe. Por conta dele, fiz o lançamento do CD aqui em Aracaju, onde aluguei um circo para realizar a apresentação, em Laranjeiras e São Cristóvão. Vale ressaltar também que foi através dessa premiação que consegui destaque e me apresentei em alguns Estados e países. Enfim, desde que o disco foi lançado, eu venho sendo convidada e vencendo alguns festivais, o que me rendeu muitos frutos.

Infonet – Por que escolheu Aracaju para realizar o último show do disco?
PP –
Escolhi Aracaju porque o ciclo foi aberto aqui, então vou encerrar a turnê também nesta cidade, que um lugar é histórico para mim, visto que foi onde comecei.

Infonet – Qual o tema das suas músicas?
PP –
As canções abordam o tema do exílio, que é uma condição minha. Eu tenho uma naturalidade híbrida. Apesar de nascer em Alagoas, fui registrada em Sergipe e fui criada no Rio de Janeiro. Além disso, sempre viajei muito e morei em muitas cidades, então esse sentimento de exílio sempre me acompanhou. Em 2002 conheci uma trupe mambembe, de circo e teatro de rua, e resolvi fugir com ela. Abandonei a cidade, embarquei com eles, e acabei me formando em pirofagia e palhaçaria, e foi por isso que adquiri essa experiência circense, que também está contida nas canções.

Infonet – Quais as canções mais conhecidas e que fazem mais sucesso?
PP –
Tem ‘Arrastada’, que se destacou em um festival da Associação das Rádios Públicas do Brasil (ARPUB) que ganhei, e foi executada no Brasil inteiro. Outras canções muito fortes são ‘Quintal moderno’, que é uma ode a cidade de Aracaju, e ‘O circo singular’, que faz um resumo dos principais caciques, dos tambores, e trata basicamente do meu sentimento pelo lugar, por Sergipe e pelos costumes daqui.

Infonet – O circo, local de lançamento de seu disco, foi escolhido por conta da sua relação com a vida circense?
PP –
Isso foi apenas uma coincidência feliz, pois na época do lançamento do disco eu não tinha lugar para fazer o show, pois o teatro Atheneu estava fechado, os outros estavam com a agenda lotada, e o parque da Sementeira, que a principio tinha sido concedido a mim, posteriormente me foi negado. Então a produtora que trabalhava comigo me deu essa ideia e eu achei perfeito.

Infonet – Você pretende lançar outro disco?
PP –
Pretendo lançar ainda esse ano. A pré-produção já está muito adiantada, pois parte das canções já estão gravadas, mas estou em busca de um produtor e de locais para realizar as demais gravações. Com relação às novas músicas, já estou utilizando-as no meu show para sentir o termômetro do público.

Infonet – E seu público? Ele é predominantemente Sergipano?
PP –
É claro que o público maior está concentrado em Sergipe, pois sou daqui e tenho uma história já conhecida. Mas com o advento da internet, e com a própria itinerância que é a minha vida, adquiri fãs de vários locais do mundo. Acho isso interessante, pois por conta do facebook e de outras redes sociais, recebo mensagens de outros países com pedidos de disco e de músicas, até mesmo porque meu CD também está lançado na internet e disponível para download.

Infonet – O governo e a prefeitura locais apoiam seu trabalho?
PP –
Sempre fui independente com ‘i’ maiúsculo, e mesmo quando houve essa aproximação no sentido de fazer os shows promovidos pelo governo e pela prefeitura, foi feito através de um convite óbvio, por conta do meu destaque no cenário local e nacional. Além disso, é até uma obrigação dessa política cultural divulgar o artista para que ele possa expressar seu trabalho na região. Quero ressaltar ainda que em nenhum momento tive dependência disso, ou precisei como artista desse subsídio, visto que não gosto e tenho pavor disso tudo.

Infonet – Se você pudesse convidar o público para comparecer ao lançamento do seu DVD, o que você diria?
PP –
Façam parte deste momento que pelo menos para mim é histórico, pois estou fechando este ciclo. As pessoas que estarão lá participarão com seu coro e sua presença nesse registro que vai ficar para a posteridade. Não sei quando vai surgir outra oportunidade de fazer outro show, portanto o momento é agora.

Por Monique Garcez e Janaina Oliveira

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