Sou este que nos símbolos morre e renasce
Para pintar palavras impregnadas de desertos povoados;
Sou este que no amor, mar calmo e lúcido, crer,
Para a construção de um mundo mais equilibrado;
Sou este torto, meio sem norte, que lança o futuro
à própria sorte em busca de ser alguém que o mundo mereça;
Sou este que, na luz mordida pela selvageria do mundo,
Reluta, catando migalhas de luz, para construir, em mosaico, um feixe;
Sou alguém que não se sabe, ainda,
Nem sabe se, um dia, chegará a se saber;
Sou assim, um concha,
Que não se sabe premiada ou desventurada;
Sou o que todos são, na complexidade que lhes cabe,
Apenas sofro mais, talvez, pois, sei que nada sei e jamais de tudo saberei;
Sou um todo na minha condição niilista,
diante da vastidão do mundo que me transborda e daquele que suporto,
involuntariamente.
Sou um mundo de questões e respostas infindáveis,
Que no desejo inconsciente se afoga em busca de razão para ser e estar no mundo.
Sou isso mesmo que vêem: uma interrogação eterna, que busca, na palavra, o seu meio,
o seu norte, o mote e a luz, o trote.
Sabem as minhas mãos casadas aos meus olhos e ao meu ser, melhor do que eu e do que a minha boca.
Por Gustavo Aragão
●Todos os direitos autorais estão reservados ao autor perante a lei nº 9610/98, lei de direitos autorais.
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