Projeto de Artes Cênicas tem representante sergipana

Artista Maicyra Leão foi selecionada para representar Sergipe (Foto: Maycira Leão)

Em sua 10ª edição, o Palco Giratório consolida-se como o mais importante projeto de circulação em Artes Cênicas do país. Promovido pelo Departamento Nacional do SESC (Serviço Social do Comércio) em parceria com os Departamentos Regionais dos 26 estados brasileiros e Distrito Federal, o Palco Giratório seleciona anualmente 20 grupos de Circo, Teatro e Dança de todo o Brasil, além de Intervenção Urbana. Esse recorte garante a credibilidade do Projeto que vem mostrando, do Oiapoque ao Chuí, a diversidade das Artes Cênicas do país. Os projetos selecionados realizam apresentações em diversos estados do Brasil promovendo um intercâmbio cultural quase inviável no atual quadro econômico.

E para quem pensa que Sergipe está fora dessa rota, enganou-se. Maicyra Leão, artista com mais de 15 anos de carreira, doutora em Artes Cênicas e professora da Universidade Federal de Sergipe, foi selecionada para representar Sergipe no circuito 2016. Ela apresenta os trabalhos Experimentos Gramíneos, Luto e Sintonia Am, além de realizar palestra sobre Performance como Dispositivo e desenvolver oficina formativa, juntamente com seu assistente Audevan Caiçara, intitulada Performance e Colagem”. É impressionante a vultuosidade do projeto e representar Sergipe é uma grande honra porque poucos conhecem as produções de qualidade desse menor estado brasileiro”, destacou Maicyra.

Para aqueles que querem aproveitar a deixa e conhecer o trabalho da artista e professora, terá a oportunidade de conferir esta semana, na Aldeia Sesc de Artes. Nesta segunda, dia 22, 17h acontecerá a apresentação de Luto, ao longo do Calçadão da 13 de Julho; terça, dia 23, 17h, Sintonia Am ocupa o Café Palácio, no Museu Olímpio Campos; quarta, dia 24,  8h, é a vez de Experimentos Gramíneos, na feira livre da cidade de Itabaiana; sexta, às 18h, no auditório da Didática VI, da Universidade Federal de Sergipe, Maicyra profere palestra sobre Performance como Dispositivo e à noite e durante o sábado, oficina sobre Performance e Colagem.

Para o curador local do Palco Giratório e membro da comissão organizadora da Aldeia Sesc de Artes, André Santana, o projeto é uma vitrine para a produção local, além de viabilizar o encontro com diversos grupos do restante do país. “Não é sempre que produções renomadas podem vir a Aracaju e está acessível ao grande público. Chegou a hora da cultura sergipana mostrar seu valor e do público saber reconhecer”, disse o curador.

Experimentos Gramíneos

Vestida com uma roupa construída a partir de pedaços de grama artificial, a performer desloca-se por ruas de intensa circulação de pessoas, com um regador de água, realizando um trajeto moldado pela interação com o público passante. A performance parte de um estímulo inicial bem simples, dialogando com elementos da cultura popular e da cultura pop, e alcança espaços subjetivos inusitados, ganhando intensidade e conquistado pelo contato.

Luto

Pedalando por entre pessoas e tráfego intenso (fuligem, poluição, canos de escape, CO2) uma bicicleta branca, guiada por uma figura feminina em vestido branco, segue solitariamente enquanto o negro que brota de sua boca insiste em incomodar. A travessia é lenta e a respiração, força vital que nos faz inflar,  vibrar e impulsiona o movimento que reage ao ritmo frenético de nossas grandes cidades.

Sintonia AM

Frequências AM foram responsáveis pela transmissão de importantes eventos no início do século 20, incluindo notícias do além-mar e sobre guerras. A partir da implantação do sistema digital de televisão, no Brasil, aos poucos elas serão substituídas. Assim, Sintonia AM trata de tecnologias e situações obsoletas. Situações que exigem momentos de contemplação relacionados há um tempo (ultra)passado. Para tal, a performer faz uso de poesia, ligação telefônica, curativos e carne moída.

Fonte: SESC