Projeto Mãe das Águas pretende revitalizar o Rio Pitanga

O projeto acontece dias 21 e 22 de março (Foto: Divulgação)

Em parceria com os adeptos das Religiões de Matrizes Africanas de Sergipe, para que juntos repensem a situação das oferendas em torno do rio Pitanga, a Coordenadora de Promoção e Inclusão da Igualdade Racial da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fundact), em São Cristóvão, realizará nos dias 21 e 22 de março uma ação de limpeza do rio e um Cortejo Afro pelas ruas da cidade. O evento contará com os apoios do Omolayê, do Ilê Axé Obáladô Dejuínan, do Ilê Asé Alaroke Bábà Ajagunan, do Axé Ilê Oba Abassa Ode-Bamirê Oba Fanidê e do Acampamento Emília Maria (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).

“Diferente da primeira edição, ocorrida em 2007, que foi resumida a um cortejo, a edição 2019, que acontecerá nos dias 21 e 22 de março, pretende não apenas operacionalizar o cortejo, mas, estendê-lo a uma ação de revitalização do entorno do rio Pitanga, com acesso pela rodovia João Bebe-Água e, ao mesmo tempo, utilizar o trecho de sua margem como espaço sagrado dos terreiros de Candomblé e Umbanda”, explicou a coordenadora de Promoção e Inclusão da Igualdade Racial, Acácia Maria Santos.

O objetivo do projeto Mãe das Águas é desmistificar as práticas dos adeptos das religiões de matrizes africanas, presentes no território sancristovense, possibilitando maior visibilidade. Outro ponto que o projeto pretende enfatizar é a transformação da cultura de sujar as margens do rio Pitanga, deixando a área como um espaço que será assistido pela coleta de lixo periódica, acabando com as agressões ao meio ambiente e devolvendo ao local o status de reserva florestal.

De acordo com Acácia, o rio Pitanga é utilizado há muito tempo para a colocação de oferendas, mas o uso, de maneira aleatória, desordenada e clandestina, acabou prejudicando a relação homem-natureza. “Esta ação é importante, em razão da visibilidade que pretendemos dar à religiosidade de matrizes africanas em cidades como São Cristóvão, por exemplo, onde os terreiros estão localizados na periferia e povoados distantes do Centro Histórico. O cortejo será um ‘grito’ dos adeptos das Religiões de Matrizes Africanas para manifestar com alegria, a fé nos seus Deuses e na ancestralidade, junto à comunidade do município onde estão situados inúmeros terreiros de Axé. A questão ambiental tem sido tema de muita discussão no mundo inteiro. E isso exige de todos nós uma reflexão na mudança de hábitos, fazendo uso de materiais que não agridam o meio ambiente e que possam melhorar o aspecto dos rios, florestas, estradas rurais e urbanas. O planeta pede socorro, e os adeptos das religiões de matrizes africanas podem colaborar para a mudança deste cenário”, pontuou.

Meio Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente Agricultura e Pesca (Semap) também fará parte do evento celebrando, na ocasião, o Dia Mundial da Água (22 de março). Os técnicos farão a limpeza do rio Pitanga em parceria com a Coordenadoria de Promoção e Inclusão da Igualdade Racial. “A equipe inteira da Semap vai participar deste evento por compreendermos se tratar de algo fundamental para nossa sociedade. O rio Pitanga é um dos rios mais importantes de São Cristóvão e precisa ser cuidado, olhando com mais carinho, evitando o acúmulo de resíduos nas suas margens”, pontuou a diretora de Meio Ambiente, Ana Carla Santos Andrade.

Programação do Projeto Mãe das Águas

21/03 – Rio Pitanga

8h – Limpeza do trecho das margens do rio Pitanga, nas imediações do antigo posto da polícia federal.

Plantio de uma muda de “akokô”, árvore sagrada de Oxossy, as margens do Rio Pitanga.

Com a participação das comunidades de matrizes africanas e a comunidade do Acampamento Emília Maria.

22/03 – Rio Pitanga

8h – Solenidade para encher as quartinhas ao som dos agogôs e cânticos;

9h – Todos seguirão em ônibus para o Fórum Desembargador Gilson Góis (entrada da cidade – Bairro Paulo Barreto de Meneses).

9h30 – Saída do Fórum no Cortejo da Paz com representação das religiões de matrizes africanas do território de São Cristóvão e simpatizantes, ao som dos agogôs e cânticos religiosos, com destino a Praça da Matriz.

Participação de terreiros de outros municípios, além dos existentes em São Cristóvão.

10h30 – Conclusão com a roda de danças (Xiré) e a rega das árvores na Praça da matriz, utilizando a água coletada no Rio Pitanga.

Fonte: Prefeitura de São Cristóvão

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