Martha Sales e Sônia Oliveira elaboraram projeto Oxê (Fotos: Portal Infonet) |
Foi apresentado na noite desta quinta-feira, 28, na sede da OAB, o projeto “Oxê: Educação, Justiça, e Cidadania” idealizado pela Sociedade de Estudos Étnicos, Políticos, Sociais e Culturais Omolàiyé. O projeto pretende formar um grupo de profissionais do direito, do serviço social e da psicologia para o enfretamento do racismo, intolerância e discriminação religiosa em Sergipe.
De acordo com os organizadores, os primeiros passos do projeto é o desenvolvimento de uma cartilha informativa instruindo sobre o procedimento em caso de discriminação étnico-racial e religiosa, e sobre as leis que punem essas práticas, um áudio-visual do curso de formação e um espaço virtual para atendimento, denúncias, informações e interação com pessoas sujeitas ou já vítimas de alguma discriminação, seja ela racial, de intolerância ou religiosa.
Selma Santos é membro de grupo em defesa as mulheres negras |
“Utilizaremos um canal moderno de comunicação que é a internet, vamos conversar com as vítimas, encaminhá-las, e fazer com que elas se encorajem a fazer a denúncia porque caracterizamos que o preconceito, racismo e intolerância religiosa só são combatidos com a lei. Vamos abrir espaço para os religiosos e povo de terreiro também” afirma Sônia Oliveira da sociedade Omalàiyé.
Selma Santos faz parte do grupo Auto-organização de Mulheres Negras de Sergipe Rejane Maria e participou da apresentação do projeto Oxê. “É uma frente de combate muito boa e que vai ajudar muito as pessoas que passam por essa questão de preconceito e ficam sem saber a quem recorrer ou como superar esse processo, porque a pessoa que sofrem preconceito ficam sozinhas e com esse projeto você tem o suporte dos três eixos, serviço social, direito e psicologia, que vão lhe encaminhar para saber seus direitos e tomar providência acerca daquilo que ocorreu com você”, elogia.
Cartaz missão do Omolàiyé |
Ela diz que as mulheres negras também serão privilegiadas com o projeto, pois estão constantemente sofrendo preconceitos. “Quando você passa por um ato de preconceito, você fica mal, eu mesmo já passei, chorei muito e demorei pra superar. Dói muito você ser discriminada só porque tem um cabelo black e sua pele é negra”, lamenta.
Martha Sales e Sônia Oliveira são sacerdotes do Candomblé e participaram da elaboração do projeto. Elas dizem que a iniciativa é uma importante frente de combate ao preconceito, mas não deixa de ser um grande desafio em busca da equidade social. “O estado é laico, mas ele não consegue respeitar o processo de religião de matriz africana. Nós estamos trabalhando com um público em sua maioria negra e vamos unir esforços para combater o racismo”, concretiza.
Por Ícaro Novaes e Verlane Estácio
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