A tradicional missa de quarta-feira de cinzas acontece hoje, 6, e marca o início da quaresma, segundo a tradição cristã. Mas qual seu significado perante os milhares de fiéis? Qual a simbologia das cinzas que é colocada na testa durante a missa?  Para descobri os significados desses rituais e simbologias o Portal Infonet ouviu o Pe. Antônio Carvalho Peixoto que nos explicou também a importância desta data.

Logo de início o pároco da Catedral Metropolitana de Aracaju explica que a origem do Carnaval esteve ligada a um hábito incomum da antiguidade. “Antigamente se comia muita carne porque só depois é que começaria os quarenta dias de penitência. Daí a origem do nome Carnaval”, relata. O pe. Peixoto informa que a quarta-feira de cinzas marca o início da quaresma, período que antecede uma das datas mais importantes para o catolicismo, a Páscoa.

O clérigo define o período quaresmal como um momento de profunda conexão e reflexão com os ensinamentos de Deus. Para ele, é de fundamental importância se intensificar as orações e jejuns. “A quarta-feira de cinzas tem uma simbologia maravilhosa porque mostra a realidade de cada um de nós. Nesta data o ser-humano é chamado para a sua própria realidade. A reconhecer quem ele é, e a deixar de lado toda a prepotência, arrogância, e começar a agir como Deus age”, afirma. “E como Deus age? Amando, perdoando. Não é se vingando, matando. Deus age amando”, reitera.

Durante a missa especial desta data há o momento em que o padre coloca na testa do fiel um pouco de cinzas. Segundo o pe. Peixoto, esse ritual reforça um dos preceitos bíblicos mais conhecidos. “As cinzas representa o que está escrito nas escrituras: de que viemos do pó e para o pó retornaremos. Elas são a realidade tangível, palpável, daquilo que realmente somos”, explica. “Quando a gente coloca cinza na testa de alguém estamos lembrando esse alguém que o triunfo maior é à presença de Deus na vida dele”, acrescenta.

De um modo geral, o pároco aconselha que durante o período da quaresma é importante fazer das orações um contato maior com o divino. “Nós somos cinza, isto é, pó, fragilidade. Noutras palavras, somos nada. Somente em Deus é que a gente pode ser alguma coisa, ou melhor ainda, Deus pode ser em nós”, diz. “Sendo assim, é necessário agir de maneira reflexiva, intensificando orações, jejuns, enfim, o conhecimento da palavra de Jesus”, orienta.

por João Paulo Schneider