Tema será discutido por povos de terreiros sergipanos |
A partir desta terça-feira, 21, a cidade de São Cristóvão, berço cultural do Estado, começa a discutir o racismo religioso no I Xirê da Consciência Negra. O evento, promovido pela Associação Cultural Alarokê, conta com uma vasta programação, que vai desde uma mesa redonda, uma exposição de arte, uma visita de escola pública ao terreiro e oficinas até um Encontro de Terreiros. As atividades são alusivas ao Dia Nacional da Consciência Negra – celebrado na segunda, 20, e devem reunir adeptos de religiões de matriz africana, pesquisadores, integrantes do movimento negro e demais interessados na luta contra o racismo religioso.
De acordo uma das organizadoras do evento, Danielle Azevedo, o objetivo é compartilhar conhecimento, fomentar o empoderamento das comunidades tradicionais, criar estratégias de preservação do bem imaterial produzido nos terreiros e propor soluções aos problemas enfrentados na atualidade.
“Os terreiros são locais de resistência, de memória da nossa ancestralidade e de resgate da identidade do povo negro. O evento é um grito por respeito à diversidade religiosa e pelo fim da intolerância e do racismo. Queremos, por um lado, socializar informação junto a estudantes de escola pública e meio acadêmico, para que possamos ajudar a desmistificar a idéia errada que muita gente tem a respeito das religiões de matriz africana sem sequer conhecer. Por outro lado, estamos dando visibilidade a artistas de terreiro, com exposição de artes visuais e apresentação de espetáculos de dança, música e teatro, além de fortalecer os povos de terreiro com conhecimento sobre seus direitos e outros assuntos interessantes”.
Para abrir a programação, será realizada, nesta terça-feira (21), a partir das 14h, no auditório do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), uma Mesa Redonda sobre “Terreiros como Espaços de preservação da identidade". O Xirê segue até o sábado (25), quando acontece o Encontro de Terreiros de São Cristóvão, no Ilé Asé Alaroke, localizado na Rodovia João Bebe Água, com palestras sobre afroempreendedorismo, direitos dos povos de terreiros e a preservação do meio ambiente. Especialistas no assunto explicarão como fortalecer a geração de renda dentro dos terreiros, quais as leis que protegem os locais de culto e como criar alternativas para a prática de oferendas sem poluir a natureza.
Fonte e foto: assessoria de comunicação
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