“Ratos de esgoto” no Sesc Centro

Quando vários ratos são colocados em uma mesma jaula por um tempo prolongado e em condições de subsistência precária, começa-se um processo de agressão mútua. Muitos chegam a se matar. A experiência é repetida por muitos estudantes de psicologia, mas também serviu de inspiração para a companhia Usina de Teatro.

 

Os atores do espetáculo “Ratos de Esgoto” encontraram nas experiências com ratos e no sistema prisional brasileiro vários vértices. O primeiro deles é o processo de mudança pelo qual seres humanos e estes animais passam quando são obrigados a conviverem em espaços pequenos e lutando pela sobrevivência.

 

Na peça, homens são comparados a ratos. Mas não é apenas na ficção que isto ocorre: os diretores Ewertton Nunes e Gustavo Floriano (também atores), identificaram na realidade o que não deveria acontecer em nenhuma instância.

 

Ewertton Nunes
“A peça lida com vários temas, um dos principais, é a situação carcerária. Trabalhamos mostrando a metamorfose do homem neste sistema e criamos um paralelo com os ratos de laboratório”, explica Ewertton. Apesar de não terem podido visitar nenhum presídio sergipano, os atores repetiram os experimentos com os animais e realizaram um amplo trabalho de pesquisa através de artigos, jornais e outros textos sobre o assunto.

 

CRATO – “Ratos de Esgoto” já foi apresentada no Festival de Teatro do Crato, no Ceará. Lá, a peça recebeu um alto índice de aprovação do público. Além disso, o espetáculo foi repetido na terceira Mostra Sesc Cariri. “Estivemos em contato com estudantes de artes cênica, grupos do Brasil inteiro e foi muito boa a receptividade. Todas as apresentações estiveram lotadas e as pessoas se surpreenderam”, explica Nunes.

 

A apresentação de hoje, entretanto, faz parte do projeto Arena 27, em que vários grupos sergipanos se reuniram para tentar dar uma outra visão ao teatro local. O projeto também nasceu

Gustavo Floriano
no Crato e hoje ganha vida. Esta semana, todos os dias, as companhias sergipanas se apresentam desde o domingo, dando início ao Arena 27.

 

“Ninguém vai ao teatro se você diz que os espetáculos são sergipanos porque as pessoas acham que vão ver Lampião e Maria Bonita. A Arena 27 vem para fazer o diferencial, mostrar coisas inovadoras, é o resultado da união de sete grupos”, dizem os diretores.

 

Como explica Gustavo Floriano, outra ação será tomada no sentido de preservar o teatro nordestino, a criação da Conexão Nordeste de Teatro (Conte). O projeto foi idealizado também no Crato e promoverá o intercâmbio de espetáculos de vários Estados.

 

Aqueles que se interessarem pela peça, podem se dirigir hoje, às 21 horas, ao Sesc Centro. O ingresso custa R$ 5,00 e quem conferir o espetáculo se deparará com os atores Caroline Portugal, Lukas Odoni, Gustavo Floriano e Ewertton Nunes presos em uma grande jaula, esperando para serem estudados pelo público.

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