Canções e romances sefarditas & vilancicos ibéricos do séc. XVI. Este é o tema do concerto do Conjunto de Música Antiga Renantique em comemoração aos 48 anos do Museu de Arte Sacra de São Cristóvão.
O grupo revisita dois grandes repertórios da produção musical na Península Ibérica: a Música Sefardita dos judeus que, durante a Idade Média em sua diáspora por Espanha e Portugal, legaram sua arte na música, na literatura, entre outras e a música preservada nos ricos Cancioneiros Ibéricos do século XVI com seus vilancicos e romances. O concerto será realizado no dia 28 de abril, às 16h, no Museu de Arte Sacra, localizado na Praça São Francisco, em São Cristóvão, com entrada franca.
Para o diretor artístico do grupo, Emmanuel Vasconcellos, o concerto celebra uma grande parceria entre o Museu e o Renantique. “Consideramos o Museu de Arte Sacra como um dos nossos lugares importantes para a interpretação da música antiga. Aqui nós já fizemos concertos e gravações. Participar do aniversário é motivo de alegria”, destacou o diretor.
Trajetória
O grupo nasceu a partir de um quarteto de flauta doce no Centro de Criatividade, chamado Saltarello, em 1995. O fundador e diretor artístico do Renantique, Emmanuel Vasconcellos, lidera o trabalho de resgate e, acima de tudo, de estudo dos instrumentos e formas de execução das canções na perspectiva de fidelizar a interpretação. “O Renantique tem uma estrutura Broken Consort renascentista, em que são combinados vários instrumentos da Idade Média e da renascença, unidos as vozes (soprano, tenor, contratenor, alto, baixo/barítono) para juntos executarem o melhor da musicalidade”, destaca.
A internet facilitou muito o trabalho de pesquisa do grupo. Alguns instrumentos e partituras foram comprados na Inglaterra a exemplo do cromorno (tipo de instrumento de sopro muito popular na renascença). Outros foram construídos aqui em Sergipe baseados em plantas da época, como é o caso da viola de gamba, construída pelo luthier Passos, do município de São Cristóvão, e o Alaúde por Joaquim Pinheiro, do Rio de Janeiro. Mas não bastavam os instrumentos e as partituras, a necessidade de estudar o período fez com que o grupo participasse de muitos eventos sobre música antiga pelo país.
De sonho e muita resistência sobrevive o Conjunto de Música Antiga Renantique. É um dos únicos grupos no Brasil que não tem ligação com escolas de música ou universidades. Um trabalho totalmente independente construído ao longo dos anos fidelizando plateias ao descortinar nos seus concertos a diversidade da música antiga e até sua influência na música brasileira.
Fonte: Ascom/Conjunto de Música Antiga Renantique
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