Terezinha Oliva exibe a publicação sobre a Roda de Leitura (Foto: Portal Infonet) |
A Roda de Capoeira, antes considerada crime, hoje aparece como um dos principais elementos da identidade brasileira. E nessa reviravolta, a expectativa é de que na próxima quarta-feira, 26, a Roda de Capoeira seja contemplada com o título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade.
Isso porque o dossiê da candidatura apresentado pelo Instituto Histórico e Artísitico Nacional (Iphan), foi selecionado entre os 205 enviados por vários países à Unesco. “A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira já são patrimônio cultural do Brasil desde 2008, mas agora trata-se da inscrição na lista representativa do Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade, feita através de um Comitê da Unesco”, afirma a superintendente do Iphan em Sergipe, Terezinha Oliva.
De acordo com ela, a seleção é muito rigorosa e já está sendo realizada na sede da Unesco em Paris, uma reunião para avaliar as candidaturas. “Mas já tem um parecer favorável à inscrição da Roda de Capoeira. Nesta quarta, 26, será o grande dia, certamente a Roda de Capoeira será Patrimônio Imaterial da Humanidade”, comemora.
Herança
Terezinha Oliva explicou que, como é um bem que praticamente está no Brasil inteiro, fruto da herança afro-descendente e fruto da escravidão, o Iphan convocou todas as superintendências estaduais a fazerem essa comemoração.
“Aqui em Sergipe fizemos no último sábado, 22 com a presença de vários mestres de capoeira, com praticantes de capoeira, um evento no Museu da Gente Sergipana, na programação do Dia da Consciência Negra. Na ocasião, eu expliquei o que significava a inscrição na lista representativa de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade. Também exibimos um documentário feito pelo Iphan para divulgar a presença da capoeira no mundo, pois a prática está em 160 países”, diz.
A superintendente do Iphan em Sergipe destacou que no estado existe a Federação e associações de capoeira. “Uma das reivindicações da salvaguarda da capoeira é a divulgação cada vez mais ampla e o Dossiê da Unesco considerou que a Roda de Capoeira estimula o respeito mútuo, a relação entre as pessoas independente de etnia, de sexo, de cultura, porque ela está no mundo inteiro. Como patrimônio cultural é símbolo da resistência a opressão e da criatividade humana porque a Roda de Capoeira alia a luta à arte e à dança”, informa.
Terezinha Oliva enfatizou a conquista. “A presidente do Iphan, Jurema Machado vai estar presente nesse evento em Paris (França). É uma conquista muito importante porque houve tempo no Brasil em que a prática da capoeira era considerada crime e era caso de polícia praticar e hoje ela está num nível de um dos elementos da identidade brasileira”, entende.
Por Aldaci de Souza
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