Santo Souza enfrenta a falta de reconhecimento em Sergipe

Paschoal e Torres levantam a questão do reconhecimento de Santo Souza  (Fotos: Portal Infonet)
O escritor e membro da Academia Sergipana de Letras Domingos Pascoal, reuniu-se com um amigo poeta e apaixonado pela cultura sergipana, José Antônio Freitas Torres, para o desafio de distribuir para o mundo a obra do artista Santo Souza. A obra ‘Deus Ensanguentado’, lançado em 2009, foi traduzida para o espanhol e enviada para Academias de Língua Espanhola, Institutos Cervantes no Brasil e no mundo, Ateneus, e para países como Estados Unidos e Filipinas.

O poeta lamenta que Santo Souza não tenha o reconhecimento e apoio devido em Sergipe. Torres lembra que o artista é aclamado principalmente no sudeste do país. “Pelo conjunto da obra, Santo Souza recebeu o grande prêmio da critica da Associação Paulista dos Críticos de Arte”, diz.

A originalidade do artista é mencionada pelo poeta que salienta a genialidade de Santo Souza ao buscar interpretar clássicos. “Santo Souza lê grego, francês, hebreu, espanhol. O artista é autodidata e aprendeu para beber na fonte, por isso, ele é um escritor original que interpreta a leitura de acordo com a fonte original e não de ouvir dizer”, observa.

A obra ‘Deus Ensanguentado’, lançado em 2009 foi traduzida para o espanhol
Reconhecimento

Domingos Pascoal aponta a falta de reconhecimento da cultura sergipana como um dos empecilhos para o crescimento de escritores. “Tenho absoluta certeza que se Santo Souza tivesse nascido em outro Estado teria outro reconhecimento. O problema é que ele é um artista sergipano que continuou em Sergipe. No caso de Tobias Barreto e Silvio Romero, o reconhecimento só aconteceu porque eles foram embora do Estado e foram reconhecidos fora daqui”, analisa.

Nova obra

De acordo com Domingos Pascoal, que tem feito visitas regulares ao escritor, a Segrase já se comprometeu em lançar a obra ‘Pontes para os Trágicos’, uma reunião de ‘Ésquilo da Tormenta’, ‘Deus Ensanguentado’ e “Crepúsculo de Esplendores”.

Mensagem

Ao falar de Santos Souza o poeta e o escritor exaltam a importância da obra e do homem que tem uma identificaçãocom as causas sociais. “De 2004 a 2009, isso dos 85 aos 90 anos, Santo Souza fez cinco novos livros. Isso significa um livro ao ano, é um escritor genial, até parece que não dorme. Sua obra é uma junção de beleza estética com lição de valores, onde existe uma luta

Pachoal e o poeta Torres destacam a genialidade da obra     
contra a desigualdade”, menciona Torres.

Já para Pascoal a obra de Santo Souza trata de uma realidade que só não vê quem não quer. “É uma daquelas pessoas que por ser um sábio escolheu o pior caminho para dizer a verdade nos dias atuais. E ele diz com muita propriedade uma realidade que está ai e só não vê quem não quer. Este é o sofrimento dos sábios querer demonstrar aquilo que muitos não querem ver”, fala.

História

Santo Souza nasceu na cidade de Riachuelo (SE) em 27 de janeiro de 1919 de família humilde ávido pelo saber se tornou autodidata, assim em 1953 começou escrevendo crônicas para o rádio local desta forma não demorou para no mesmo ano lançar seu primeiro livro: ‘Cidade Subterrânea’ (1953).

Em seguida vieram: ‘Caderno De Elegias’ (1954), ‘Relíquias’ (1955) e ‘Ode Órfica’ (1955/1956/1968), cuja primeira edição, foi publicada, como os livros anteriores, por José Augusto Garcez em seu Movimento Cultural de Sergipe. O livro Ode Órfica, balançou a critica nacional. Logo depois vieram outras publicações a exemplo de ‘Deus Ensanguentado’, lançado em 2009. 

Por Kátia Susanna

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