Somos um público de 3ª classe – Ivan Valença

Foto: Cartazes filmes/Arquivo Infonet
Todo o ano é a mesma história. Os que gostam de cinema interessam-se pelos filmes que concorrem ao Oscar, passa a esperá-los com ansiedade, mas a única rede exibidora da cidade faz “forfait” e não traz estes filmes para cá. O ano passado, dos cinco filmes concorrentes só um ou dois foram exibidos. Este ano a história se repete: o Oscar, o prêmio mais famoso, mas não necessariamente o mais importante, vai ser entregue neste domingo de carnaval e apenas dois dos títulos que estão no páreo de melhor filme foram exibidos – um deles, “O Curioso Caso de Benjamin Button” ainda está em cartaz, mas “O Leitor” já foi embora, tendo ficado em cartaz apenas duas semanas.

Por que é que o Cinemark maltrata tanto os espectadores sergipanos? Até onde a gente pode entender a cabeça pensante destes esdrúxulos programadores do Cinemark, é que aqui só tem gente burro, espectador de terceira classe que não iria se interessar por obras como “Foi Apenas um Sonho”, “Dúvida”, “Frost Nixon”, “Milk”, “Quem Quer Ser um Milionário”, “O Casamento de Rachel”, “A Troca”, etc. Então nos sonegam a exibição destes filmes, alegando que não há cópias disponíveis.

Isso é conversa mole para boi dormir. Claro que há cópias disponíveis – pelo menos foi o que nos informou algumas empresas distribuidoras, como a Paramount e Universal. Os filmes são oferecidos ao Cinemark e ele simplesmente prefere programar outras coisas.

Coisas do tipo “Sexta-feira, 13” e “Um Hotel Bom Prá Cachorro”. Logo no carnaval, quando o espectador tem mais disposição de ir ao cinema, o que se oferece a ele é porcaria, filmes desprezíveis, películas que certamente ninguém quis em outras praças.

Saindo este comentário, a assessoria de imprensa do Cinemark vai se preocupar em mandar dizer ao escriba que os filmes vão passar sim, é só esperar um pouco, “ainda não tem cópias disponíveis”. Se for para justificar com essas lorotas, nem mandem dizer nada, que o escriba não vai dar a menor importância.

O que a gente quer – o escriba e milhares de espectadores – é ser inserido no mercado mundial de exibição assistindo os filmes do Oscar. Aliás, em matéria de exibição, a coisa anda tão ruim que neste comentário, vai sobrar para a programação do Cine Cult. Claro que a gente ergue a mão pro céu por ainda ter esse oásis, mas, que diabo!, cadê os grandes filmes que passam nos circuitos alternativos?

Será que algum dia veremos “Quatro Meses, 3 Semanas, 2 Dias”, premiado em Cannes: “A Banda”, “Baby Love”. É imperdoável que ainda não tenha sido programado obras como “Gomorra”, “Um Conto de Natal”, “Canções de Amor”, “O Menino do Pijama Listrado”, “Cada Um Com Seu Cinema”, etc., etc., etc. Claro que se não fosse o Cine Cult não veríamos um filme do coreano Kim Ki-Duk. Mas, é o caso de se perguntar: prá que a reapresentação de “Linha de Passe”? Diz-se que o Cine Cult faz uma retrospectiva de 2008. Retrospectiva, como, cara-pálida, se alguns dos títulos programados não foram exibidos aqui? Então é um novo modo de fazer retrospectiva…

Por Ivan valença

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