Tiritar Noturno – por Gustavo Aragão
Tirita o relógio…
A escuridão da noite fria me recobre
Eis que vejo, debruçado na janela, o céu que sobre mim se deita
Ouço gritos de cidade vazia que me assombram vindos lá de fora.
Onde estão os grilos? Já não os ouço.
Onde estão as corujas despertadas pela lua? Já não mais me assustam.
Ouço cães latirem ao longe como a espantar sombras sonâmbulas.
Sinto o silêncio inundar meus ouvidos
de ruídos vários imaginados
Os olhos pesam e deito
acalentado pela lua que agora vejo.
Esta que sufoca como num beijo
as trevas noctívagas e
faz-me sonhar um sonho bom
Que logo se vai dispersando pelo amanhecer agitado da cidade…
Por Gustavo Aragão Cardoso
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