Triste Fim de Rosilene leva muito hardcore ao Punka

1° de maio de 1994. O Brasil inteiro chora a morte do mito Ayrton Senna. Enquanto na avenida das Américas, Rio de Janeiro, Rosilene, empregada doméstica, é atropelada, sem que ninguém lhe preste socorro, ou lhe chore a morte. “Triste fim de Rosilene”, comentou Ivo ao ler a notícia. E assim surgiu o nome de um dos destaques da atual cena de música alternativa de Sergipe.

 

Além de Ivo no baixo (e gritos), A Triste Fim de Rosilene conta com Dani nos vocais, Alex e Luiz nas guitarras e Babalu na bateria. Levando a sério o slogan punk, ‘do it yourself’, eles já tocaram em Salvador, Maceió e São Paulo, lançaram demo e um split com outras duas bandas, tudo do próprio bolso. E como manda o bom comportamento independente, demo e split são vendidos a preço de custo. Ufa! com pouco mais de um ano de formação, eles já têm um currículo e tanto. “Nada chegou por acaso, é coisa que a gente tá correndo atrás”, diz Dani.

 

Com influência de bandas de hardcore como Descarga e Infect, e do thrash (assim mesmo, com dois hh) japonês e italiano, os componentes da Triste Fim têm uma filosofia de vida bem diferente dos padrões que se esperam dessas bandas. Ivo, Dani e Alex são vegans, ou seja, não consomem absolutamente nada de origem animal. “A gente não concorda com a crueldade a que os animais são submetidos, por isso a gente boicota o consumo”, explica Ivo. Os três também fazem parte do grupo Flag (Frente de Libertação Animal Garrar). Segundo o baixista, a banda não assume o vegetarianismo como postura, apesar de algumas letras tratarem desse assunto.

 

Outra peculiaridade assumida por todos eles é o não consumo de drogas, de nenhuma espécie. O ‘X’ pintado nas mãos deles durante os shows é um símbolo dessa filosofia straight edge. Ele começou a ser usado em festas americanas para marcar os menores de idade que não podiam comprar bebida alcoólica. Com o tempo, os straight edge, que por opção não fazem uso de drogas, adotaram o símbolo. “No começo era uma questão de se desvincular das drogas, hoje é desvincular de valores que estão ligados à cultura do medo”, esclarece Ivo. “A gente tenta tomar as rédeas das nossas vidas”, complementa Dani.

 

O próximo show da Triste Fim de Rosilene será no festival sergipano de música independente, Punka. Mesmo já tendo tocado em vários lugares, sendo bem aceitos inclusive pelo exigente público paulista, eles vão enfrentar uma responsabilidade diferente agora: Dani é uma das três únicas mulheres que se apresentarão no festival. Ela diz se sentir bem de pelo menos haver representação feminina. “Sou feminista, mas sei que muitas meninas não fazem porque não querem. Elas têm medo de subir no palco”, admite ela.

 

Mais surpresas da banda? Ainda esse ano, eles pretendem gravar uma música para ser lançada numa coletânea de selo gringo. O Six to Five Thrashcore é norte americano e costuma prensar CDs com bandas de todo o mundo. Ivo diz sentir-se muito feliz por gravar com o selo que lança algumas de suas bandas favoritas.

A Triste Fim está num início promissor. Com muita coragem, pouco dinheiro e um grande espírito de independência ou morte, ela está conquistando seu espaço. E pelo jeito, não terá um triste fim.

 

Por Gabriela Amorim

 

Mais informações do Festival no site www.punka.com.br.

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