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“O poema é obra de arte feita com palavras”. É dessa maneira que o poeta e jornalista Jozailto Lima conceitua seu quarto livro, intitulado ‘Viagem na Argila’. O livro traz 142 poemas que falam sobre a realidade da vida e será lançado na próxima quarta-feira, 14, às 19h, no Museu da Gente Sergipana. O Portal Infonet conversou com o escritor sobre a nova obra e também ouviu profissionais que já leram o material e emitiram opiniões acerca dos poemas.
Jozailto Lima acredita que seu trabalho não nasce de inspirações. O poeta assegura que, para compor as cinco partes do seu mais recente trabalho, ele se baseou muito mais na lapidação das palavras do que em qualquer outro aspecto. “Minha poesia é forjada, feita com muito labor, são poemas que acima de tudo questionam as afetividades”, conceitua o autor, que atribui à obra a característica fundamental do ceticismo. “Minha poesia trata do aspecto falível do ser humano” completa.
O livro é dividido em cinco partes e cada uma delas trata de temática específica dentro de um contexto que o próprio autor prefere chamar de realista. A primeira e maior parte do livro foi denominada como ‘Olho de Sabre’. Jozailto fala que nessa parte foram catalogados os poemas mais duros e que questionam a vida de uma forma geral. A segunda etapa da leitura é a ‘Peixe no Deserto’. Esse é o momento em que o autor utiliza a metalinguagem.
As memórias e episódios que contribuíram para a construção da vida e obra do autor também se fazem presentes. É quando o livro alcança uma etapa memorialista intitulada por ‘Pedra da Memória’. Também são tratados os temas ligados à conservação ecológica. Esse trecho recebeu o título de ‘Epístola tardia aos papagaios cegos’ e por fim, o autor trata da libido, quando escreve uma série de poemas destinados aos relacionamentos, essa parte do livro recebeu o título de ‘Um mar de soda cáustica de Antoninha’.
Opiniões
O trabalho, apesar de ser lançado apenas na próxima quarta-feira, já foi lido por algumas pessoas escolhidas pelo autor. “A intenção de conceder essas leituras prévias é tornar o livro mais palatável para outras pessoas”, informa Jozailto Lima. Um dos que já conferiram a obra foi o professor Alex Nascimento. Para ele o livro foi uma surpresa, já que nele está contido um texto que acima de tudo, é consciente. “É um livro denso, com muita qualidade e que dialoga com grandes nomes da nossa literatura como Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto”, opina o professor.
O jornalista e músico Nino Karvan também já opinou sobre o resultado final do livro. Em uma resenha ele diz que “O ceticismo presente em toda obra poética de Jozailto é escolha consciente, e é material filosófico e básico para a sua arte. Sua 'poiesis' é crua, provocativa e questionadora, mas também é bem-humorada, leve e sensual”.
Outra personalidade que já conferiu o livro 'Viagem na Argila' foi o crítico Léo Mittaraquis. Segundo ele, o conjunto da obra tem qualidade e uma característica fácil de ser percebida nos poemas é justamente o aspecto braçal, de poesia lapidada que o autor confere à obra. “Jozailto emerge de um meio com pretensões poéticas, onde a maior parte do que é produzido não tem qualidade. A obra dele é uma resposta aos equívocos e ao lirismo exagerado, é uma obra que de fato merece ser lida”, determina.
Por Caio Guimarães e Ricardo Gomes
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