Warlord é independência e muito heavy metal no Punka

Eles são cinco. George é o vocalista, Otávio Júnior e João Paulo são os guitarristas, Zé Milton no baixo, Júlio na bateria e Júnior nos teclados. Juntos, eles formam a Warlord, uma das mais antigas bandas de heavy metal do Estado. Tocam metal, mas não são “do mal”. Não se vestem de preto, nem todos são tatuados, usam piercing ou longas madeixas.

 

Esses seis músicos são, na verdade, profissionais que encontraram outros caminhos para seguir, e hoje fazem da música uma espécie de hobby. Um hobby que vem dando muito certo nos últimos 13 anos e conquistado uma legião de fãs fiéis ao som que a banda faz, diga-se de passagem, muito bem feito. “Eu quero fazer música porque eu gosto, é uma das coisas que me mantêm jovem”, afirma o vocalista, George, que abriu por alguns instantes o baú de histórias da Warlord na entrevista a seguir.

 

Portal InfoNet – Por que “Warlord”?

Warlord – Bom, eu tinha uma paixão muito grande por temas épicos, medievais. Eu também tinha um fascínio muito grande pelas cruzadas. A gente já estava procurando um nome para a banda, e toda vez que a gente colocava um nome, já existia uma banda com aquele nome. Um dia eu estava ouvindo uma banda chamada Saxon, e tinha uma música que adorava, chamada Cruzeiras. Tem uma hora que a música cita “warlord”. Eu sugeri Warlord, o pessoal gostou, achou bacana.

 

INFONET – Como era a cena de música independente quando vocês começaram a tocar?

W – A banda começou em 91, naquela época a cena aqui em Aracaju era bem underground mesmo, as bandas estavam todas iniciando. A gente tava ainda meio que com aquele ímpeto de fazer uma banda, não era ainda de gravar CD e virar uma grande banda. Ninguém tinha a pretensão de ser popstar e sair pelo mundo inteiro fazendo tour. Mas era um cenário muito promissor, tinha muita gente com potencial. Eu daria como exemplo a Snooze, a própria Karne Krua, que quando a gente começou, já estava no cenário há um certo tempo, e logicamente a Warlord, que dessa veia musical é a sobrevivente, junto com a Karne Krua.

 

INFONET – Como é continuar com o projeto da Warlord, mesmo hoje todo mundo tendo uma profissão, uma família?

W – Bom, já são quase 13 anos, nesse tempo, muita coisa aconteceu. Naquela época, quando a gente começou, eu era até contra o casamento, não achava que era uma cosa legal. Hoje eu estou aqui, casadão, com dois filhos, trabalhando, música para mim virou mais um hobby, eu não vivo disso. Eu não vou dizer quem é casado na banda, porque eles podem reclamar…(risos). Hoje o heavy exige muito profissionalismo. O cara que é do heavy metal na precisa ser irresponsável, tem que ser profissional, e muito! Eu acho que isso é o que alimenta a gente até hoje.

 

INFONET – Cada um de vocês já tem um caminho traçado. Mas, se de repente o trabalho de vocês estourasse mundo afora, vocês abririam mão desses caminhos pela música?

W – Boa pergunta, vira e mexe, esse é o nosso dilema. E se a gente der certo…essa idéia assusta, eu não sei nem se a minha mulher vai gostar muito disso. Mas, pelo menos uma turnê nacional, para mim seria premiar toda essa luta nossa de 13 anos, para mostrar o nosso trabalho, o nosso material. Seria um grande prêmio e minha mulher teria que abrir mão um pouco, eu toparia, todos nós toparíamos, abriríamos mão de algumas coisas para poder fazer isso.

 

INFONET – Por que vocês demoraram tanto para fazer esse CD?

W – Bom, nossa primeira intenção era primeiro formar um grupo, trabalhar nesse grupo, e trabalhar as músicas. Como cada um tinha outras atividades, sobrava muito pouco tempo para realmente trabalhar o material e fazer isso mais cedo. Hoje a banda está mais estabilizada, mas a gente não sabe o que pode acontecer amanhã. Um outro problema é que a gente preza muito pela qualidade, porque na época a gente não tinha estúdios legais aqui. Mas eu posso falar para vocês que o CD já está numa fase bastante adiantada, falta apenas a vocalização e algumas partes do teclado, mais a masterização e a capa. Mas até o final do ano, com certeza, esse material já vai estar pronto, enfim.

 

INFONET – O que você acha de festivais assim como o Punka?

W – É a nossa salvação! Nós temos grandes espaços, mas faltam pessoas que se proponham a realizar shows com bandas com qualquer tipo de música que não seja do eixo de sustentação do cenário daqui, que é a música baiana e o forró. Propostas como a do Punka, por exemplo, que é pegar um espaço como o Emes e fazer um festival desses, é sempre louvável! Se mais festivais desses acontecessem, mais bandas iriam ter espaço para mostrar o material, iriam se empolgar com o cenário, as bandas iriam se sentir mais estimuladas a tocar e a compor. Enfim, o cenário iria ferver mais um pouco. Eu acho que iniciativas como a do Punka valem muito a pena!

 

Por Najara Lima

 

Mais informações: www.punka.com.br

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