Zumbi dos Palmares é lembrado com feriado e extensa programação

Nesta terça-feira, 20, é comemorado o Dia da Consciência Negra, e em 267 municípios de 12 Estados foi decretado feriado. A data lembra a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra à escravidão, assassinado em 20 de novembro de 1695. Em Sergipe, onde segundo dados, 75% da população é afro-descendente, oficialmente apenas nos municípios de Pacatuba e Japaratuba será feriado.

Pedro Neto, coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Para Pedro Neto, coordenador da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, órgão do Estado criado em abril deste ano, antes de se implementar feriado é preciso que sejam implementadas pelos gestores municipais políticas para as comunidades negras. “No campo político, sou a favor do feriado na medida em que dará visibilidade à figura de Zumbi dos Palmares, enquanto líder de um movimento muito importante para a história. Mas antes é preciso que se criem políticas para beneficiar a população negra da região”, explica.

 

Para a presidente da Sociedade Omolayé, Sônia Oliveira, 20 de novembro deveria ser instituído como um feriado nacional. “Como uma forma de reconhecimento da contribuição que a população afro-descendente deu na construção do processo histórico do Brasil”, argumenta.

 

Compartilha da mesma opinião de Sônia, o presidente do Criliber, Luiz Bomfim. 

Manifestações do movimento negro no Estado é muito expressivo 
“A instituição do feriado na cidade de Aracaju e no Estado seria de grande importância. Seria um avanço para os movimentos de luta negra no Estado. Iria causar um impacto, pois as autoridades teriam mais responsabilidade sobre a causa”. De acordo com informações da assessoria de comunicação da Câmara de Vereadores de Aracaju, não há projetos na Casa referentes à instituição do feriado.

Conquistas

Luiz destaca que as melhorias promovidas para as comunidades negras são mínimas, “se for colocar na balança, tem muitas leis, mas poucas estão sendo cumpridas. Em Sergipe, desde governos anteriores não houve política voltada a comunidades negras. O que temos hoje não funciona de fato. Esperamos que a coordenação futuramente possa se transformar numa secretaria ou tenha autonomia nas suas ação”.

 

A presidente da Sociedade Omolayé acrescenta que, apesar da luta dos movimentos negros, a discriminação é geral, mas as mais contundentes são referentes às manifestações religiosas e na inserção no mercado de trabalho. “O país cresceu numa perspectiva racista. Apesar de o movimento negro ser histórico no país, nossos ganhos não são tão significativos”, destaca.

 

Programações

 

Zumbi dos Palmares é o grande homenageado do dia
Em alguns municípios sergipanos, com destaque para a capital Aracaju, serão promovidas diversas programações que visam relembrar a figura de Zumbi dos Palmares, promover a difusão da cultura negra e incitar alguns debates sobre diversos temas relacionados à luta das comunidades afro-descendentes no Estado. “É bom que isso aconteça. Antes tarde do que nunca. É importante que a sociedade acorde para a causa. Era bom que tivesse um tambor batendo em cada esquina”, ressalta Bomfim. A instituição que preside irá realizar a partir das 7h30, um café da manhã, seguido de uma missa simbólica. A Criliber fica localizada na Rua Riachão, 717.

 

Já a Sociedade Omolayé juntamente com o Abacá Santo Expedito, o Ilê Axé Ojômim N’Sahara e o bloco Quilombo, irão promover o I Cortejo Afro-Religioso do bairro Cirurgia. A concentração será a partir das 15h30 na trav. Saturnino de Brito com rua Propriá (lado do Centro de Criatividade). Após o cortejo haverá um ato show no Centro de Criatividade com a participação de Leões de Jah, Guerreiros Revolucionários, Quilombo, Reação, Axé Kizomba, entre outras atrações.

 

Para o coordenador de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que está apoiando algumas dessas atividades, “é muito positivo que isso esteja acontecendo, porque antes, lá para a década de 80, poucas pessoas queriam se envolver com o movimento racial, devido à violência que sofríamos, éramos muito discriminados. Tem que pipocar atividades e discussões em todos os cantos do Estado, mas além disso precisamos também nos unir para fazer valer nossas reivindicações”, reforça.

 

Segundo Pedro Neto, existem hoje no Estado 25 instituições de comunidades negras e mais de 400 terreiros de candomblé, que, além da atividade religiosa, também atuam na promoção da igualdade racial.

Confira abaixo Algumas programações:

Encontro Cultural de Japoatã

Novembro Negro

Prêmio ‘Máscara da Unificação’

 

Por Carla Sousa

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