Alta no preço da farinha em Aracaju chega a 24,24%

(Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

Em outubro, o preço dos gêneros alimentícios essenciais aumentou em nove das 17 capitais onde o DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As maiores altas foram verificadas em  cidades do Norte e Nordeste, com destaque para Recife (4,49%), Manaus (3,61%) e Fortaleza (2,54%). Entre as sete localidades onde houve recuo, as quedas mais expressivas foram apuradas em: Florianópolis (-9,04%), Brasilia (-3,66%) e Vitória (-2,29%).

Depois de três meses, São Paulo voltou a apresentar o maior valor para a cesta básica, com os produtos de primeira necessidade custando R$ 311,55. Porto Alegre apresentou o segundo maior valor (R$ 305,72) e Manaus (R$ 298,22), o terceiro. As cestas com os menores custos médios foram encontradas em Aracaju (R$ 206,03), Salvador (R$ 223,00) e João Pessoa (R$ 232,97).

Com base no custo apurado em São Paulo e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para a manutenção de um trabalhador e a família dele, suprindo gastos com alimentação, moradia, educação, vestuário, saúde, transportes, higiene, lazer e previdência social, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em outubro, o menor valor pago a um trabalhador deveria ser de R$ 2.617,33, ou seja, 4,21 vezes o piso vigente de R$ 622,00. Em setembro, o salário mínimo necessário era bastante semelhante ao atual, equivalendo a R$ 2.616,41 (4,21 vezes o salário base). Em outubro de 2011, o salário mínimo necessário era de R$ 2.329,94, ou 4,28 vezes o valor mínimo em vigor na época, R$ 545,00.

Variações acumuladas

Nos dez meses deste ano – de janeiro a outubro – a variação acumulada do preço da cesta foi positiva em todas as capitais pesquisadas. Os maiores aumentos foram apurados em Fortaleza (18,54%), Manaus (16,59%), Natal (16,40%) e Recife (15,88%). As menores variações no ano ocorreram em Goiânia (1,79%), Vitória (6,70%) e Salvador (6,79%).
Em doze meses – entre novembro de 2011 e outubro último – todas as capitais registram alta nos preços médios da cesta básica, com destaque para Fortaleza (28,40%), Natal (23,25%) e Recife (21,39%). As menores variações foram observadas em Goiânia (7,56%), Florianópolis (8,36%) e Salvador (8,72%).

Cesta x salário mínimo

Em outubro, a combinação de aumentos de preços mais moderados em algumas capitais e recuos mais expressivos em outras, determinou uma relativa estabilidade no tempo de trabalho necessário para a compra da cesta básica. Para adquirir o conjunto de produtos alimentícios essenciais, o trabalhador que recebe salário mínimo precisou trabalhar, em média, 95 horas e 01 minuto, bastante semelhante à jornada média necessária em setembro, 95 horas e 12 minutos. No mesmo período do ano passado, a jornada média de trabalho exigida para a compra da cesta somava 94 horas e 04 minutos.

Quando a relação é feita com o salário mínimo líquido, ou seja, após desconto da parcela correspondente à Previdência, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em outubro deste ano, 46,95% dos vencimentos com a compra da cesta básica. Este percentual é ligeiramente inferior ao exigido em setembro (47,04%), mas mais elevado que o requerido em outubro de 2011, quando percentual necessário correspondia a 46,48% do salário mínimo líquido vigente.

Comportamento dos preços

Em outubro, a alta no preço de itens essenciais atingiu – de forma generalizada – boa parte dos produtos que integram a cesta básica acompanhada pelo DIEESE. O arroz foi o único item a ter aumento em todas as 17 regiões pesquisadas. As altas mais significativas foram apuradas em Aracaju (19,77%), Vitória (16,93%) e Recife (13,88%). As menores elevações, em outubro, se deram em Brasília (0,47%), Salvador (2,17%) e Manaus (2,98%). Na comparação com outubro de 2011, o preço do arroz também registrou aumento em todas capitais, com as variações mais significativas registradas em Belém (51,65%), Vitória (50,34%) e Curitiba (42,77%). As menores oscilações foram apuradas em Manaus (4,97%), Brasilia (16,30%) e Goiania (19,43%).

O preço do óleo de soja elevou-se em 16 localidades, em outubro. As maiores variações foram anotadas em Florianópolis (6,97%), João Pessoa (5,24%) e Porto Alegre (4,90%). A única queda, no mês, foi encontrada em Brasilia (-1,22%). Quando se observa o comportamento anual, o preço do produto aumentou em todas as localidades pesquisadas, com as maiores elevações verificadas em João Pessoa (27,22%), Vitória (27,21%) e São Paulo (25,63%). Os menores aumentos ocorreram em Salvador (10,67%), Aracaju (14,67%) e Brasília (14,95%).

O leite subiu em 14 cidades pesquisadas, com destaque para Goiânia (5,36%), Natal (4,06%) e João Pessoa (2,52%). Houve estabilidade no Rio de Janeiro e retração em Brasília (-5,58%) e Florianópolis (-1,53%). Em relação a outubro de 2011, os preços aumentaram em 10 localidades, oscilando entre, 0,60% em Aracaju e 13,49% em Fortaleza. As quedas mais significativas foram anotadas em Florianópolis (-3,45%), Belo Horizonte (-2,63%) e Curitiba (-1,94%). Em Porto Alegre, o preço ficou estável.

Catorze cidades registraram, em outrubro, alta no preço da farinha.  Os aumentos mais significativos foram apurados em capitais do Norte e Nordeste, onde é pesquisado o preço da farinha de mandioca, com destaque para Belém (24,85%), Aracaju (24,24%) e Manaus (15,49%), enquanto as menores variações ocorreram em Recife (1,81%) e Salvador (1,65%). No Centro-Sul do país é acompanhado o preço da farinha de trigo, que teve o maior aumento apurado em Curitiba (5,80%), variação nula em Belo Horizonte e as principais quedas encontradas em Brasília (-0,96%) e Rio de Janeiro (-0,85%). Na comparação anual, fortes aumentos foram apurados para a farinha de mandioca, em especial em Fortaleza (60,69%), Aracaju (55,98%) e Natal (52,70%), enquanto a farinha de trigo apresentou variações entre -14,29%, em Florianópolis e 9,72%, em Curitiba.

A carne bovina, produto de maior peso na cesta de alimentos, fechou outubro com alta em 13 capitais. As maiores elevações foram observadas em Curitiba (5,67%), Recife (5,39%) e São Paulo (4,34%). Mesmo com esses resultados no mês, no acumulado entre janeiro e outubro, o produto registra queda em nove capitais, com destaque para Goiânia (-13,43%), Vitória (-5,73%) e Belém (-5,01%). Já na comparação com outubro do ano passado, apenas em Goiânia (-3,97%) houve queda e nas demais localidades os aumentos variaram entre 0,81%, em Belém e 11,76%, em Belo Horizonte.

O pão francês também apresentou alta em 13 capitais, em outubro. Os maiores aumentos foram apurados em Belém (10,48%), Rio de Janeiro (4,36%) e Vitória (4,21%). As retrações no mês deram-se em Natal (-1,58%), Goiânia (-0,92%), Porto Alegre (-0,79%) e Aracaju (-0,21%). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, os preços aumentaram em quinze cidades. As maiores altas ocorreram em Vitória (21,56%), Manaus (17,24%) e Recife (16,52%). Os recuos foram apurados em Aracaju (-3,68%) e Porto Alegre (-3,54%).

O feijão foi o produto que apresentou aumento em menor número de localidades, subindo em oito cidades. As variações mais significativas se deram em Manaus (4,81%), Porto Alegre (3,17%) e Curitiba (2,78%). Foi apurada estabilidade no Rio de Janeiro, e as retrações mais expressivas verificaram-se em Brasília (-4,27%), Belém (-2,26%) e Fortaleza (-1,78%). Na comparação anual, os preços do produto aumentaram em todos os locais. As altas situaram-se entre 19,58%, em Brasília e 68,82% em Belém.

Desde setembro, o tomate, produto com peso relevante na cesta de alimentos, apresenta retrações significativas. Em outubro, os preços do produto recuaram em 12 capitais. As retrações mais expressivas foram apuradas em Florianópolis (-44,44%), Vitória (-25,24%) e Belo Horizonte (-23,59%). Este comportamento no mês pode explicar a moderação no aumento dos preços da cesta. Em relação a outubro de 2011, os preços subiram em 16 localidades, com destaque para Fortaleza (121,74%), Natal (88,55%) e Rio de Janeiro (69,20%). A única queda nos preços foi vericada em Salvador (-17,32%).

Fonte: Ascom Dieese

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