Aplicações em renda fixa garantem mais rentabilidade ao investidor

Aplicações em renda fixa garantem mais rentabilidade ao investidor (Foto: Pixabay)

Os principais modelos de investimento adotados no Brasil são os de renda fixa. Isso quer dizer que, pelo perfil conservador do aplicador, são privilegiados os tipos em que há uma segurança quanto ao retorno do valor investido, ainda que, em alguns casos, ele não seja necessariamente o esperado.

O Portal Infonet conversou com o economista e assessor de investimentos Rafael Saldanha, que detalhou cada um deles. “São investimentos considerados conservadores em que há a ‘contratação’ de uma taxa percentual do CDI, mas com retorno garantido. Há três tipos: pré-fixado, que há a contratação de taxa percentual fixa e os rendimento e não variam de acordo com a taxa de juros. Pode ser 100% do CDI, 115% da taxa de juros na hora da contratação; pós-fixados, que são títulos que variam com a taxa de juros. Se o Copom [Comitê de Política Monetária] joga ela pra cima e, por exemplo, sai de 6% para 8%, eu posso ganhar 100% de 8%, ou de quanto for. Se ela cai, eu ganho menos; e os híbridos, os títulos que têm parte pré-fixada e outra parte pós-fixada. Por exemplo, um título de IPCA+ é a inflação (IPCA) e uma taxa pré-acordada, que pode ser de 6%. Se a inflação do período foi 4% e eu tenho uma taxa pré-fixada de 6%, eu recebo 10%”, explicou.

Os investimentos em renda fixa são de três tipos: títulos públicos, títulos bancários e títulos de crédito privado. Confira:

 Títulos Públicos

Rafael Saldanha destrincha tipos de investimentos em renda fixa (Foto: Portal Infonet)

O Tesouro Direto, um dos modelos mais falados, é uma forma de o Governo se capitalizar, segundo Rafael. Parte do investimento em setores como saúde e educação é através de endividamento. Então, o Governo pega dinheiro emprestado com a sociedade para investir. É muito falado na internet por haver uma possibilidade de aplicação baixa, pode-se investir a partir de R$30.

“Nos títulos públicos temos também o Tesouro Selic, que é pós-fixado, Tesouro Pré-Fixado e Tesouro Inflação (IPCA+), que é híbrido. Eles têm um sistema de marcação à mercado. Isso quer dizer que o mercado financeiro determina quanto o investidor paga por um título. Posso comprar um título por R$1000 e o mercado financeiro me pagar R$1200 ou R$950. É preciso ter cuidado, porque algumas vezes falam no assunto como se a pessoa sempre fosse ganhar. Pode haver perdas nesses modelos”.

Títulos bancários

Nos títulos bancários, há o Certificado de Depósito Bancário (CDB), a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agrário (LCA). O CBD, um dos mais conhecidos, é uma forma de os bancos se capitalizarem. “Os bancos precisam de dinheiro e pegam com os agentes superavitários, ou seja, quem tem dinheiro sobrando, para emprestar a pessoas que precisam de crédito, via cheque especial ou cartão de crédito. O título bancário nada mais é que pegar, na sua mão, o dinheiro com uma taxa de 0,5% ou 0,6% ao mês e emprestar de 1% a 3% ao mês. Normalmente, pela relação risco-retorno, pagam mais que os Títulos Públicos”, esclareceu Rafael.

Já o LCI e LCA são créditos direcionados a quem investe nos setores imobiliários ou agrários. O Governo entende que os setores são motores para a economia, então não cobra imposto de renda desses títulos. “São melhores que a poupança. O investidor faz a aplicação e recebe uma porcentagem do CDI. Se chegar a 90% ou 95% do CDI, com a taxa de juros atual, o retorno seria de aproximadamente 6% ao ano”, detalhou o economista.

Títulos de Crédito Privado

Pouco desenvolvidos e com pouca emissão no Brasil, os Títulos de Crédito privado são, basicamente, empréstimos feitos diretamente a empresas. Apesar de serem mais rentáveis, é um modelo mais arriscado, adequado para um perfil mais agressivo de investidor. “Quando há um título privado, concedo dinheiro para empresas como Vale, Petrobras, Energisa. No Título Público é que não há risco de crédito, porque em tese o Governo não quebra e é quase impossível um Governo dar calote na própria dívida”, comentou Rafael.

Os títulos bancários tem Fundo Garantidor de Crédito (FGC), como se fosse um ‘segurão’, onde todos os bancos pagam para manter o mercado fluindo, lembrou o assessor. “Ele assegura até R$250 mil por CPF e por instituição. No Título de Crédito Privado, não existe FGC, então a empresa liquida os ativos para pagar aos credores. Esse mercado é pouco desenvolvido pelo perfil conservador do brasileiro. As opções de investimentos são debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que são equivalentes, respectivamente, a CBD, LCI e LCA”, finalizou Rafael Saldanha.

Por Victor Siqueira

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