O prefeito Marcelo Déda (PT) está bem com o compadre Lula. Aracaju é, neste ano, proporcionalmente a cidade que mais recebeu recursos federais. São R$ 3,1 milhões de recursos já pagos, além de outros R$ 22,6 milhões empenhados, que significa compromisso governamental com o gasto. Com R$ 6,4 per capita, a capital sergipana tem a maior relação entre liberação de verbas federais de investimentos e habitantes. O levantamento é do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos federais), atualizado até o dia 2 de agosto, e foi divulgado ontem pela “Folha de S. Paulo”, que mostra que das 15 cidades com maior média de recursos, 12 são comandadas pelo PT. No entanto, em segundo lugar aparece Teresina (PI), que é administrada por um prefeito do PSDB, com R$ 4,1 milhões e uma média de liberação de R$ 5,6 por habitante. Em terceiro lugar aparece outra prefeitura petista, a de Recife (PE), com R$ 4,4 milhões liberados de investimentos no período, o que dá R$ 3,3 por habitante. Segundo o levantamento, os empenhos das 43 maiores cidades administradas por prefeitos governistas, do PT, somam R$ 295 milhões. Desse total, R$ 54 milhões já foram liberados, ou seja, 18,4%. Enquanto isso, os empenhos das 26 maiores cidades administradas pela oposição somam R$ 72 milhões. Desse total, R$ 7,1 milhões já foram liberados, ou seja, 9,9%. Os municípios “amigos” do governo Lula recebem em média R$ 1,4 por habitante, enquanto os “adversários” recebem R$ 0,33. “Valor muito pequeno” O prefeito de Aracaju defende as liberações para seu município. “Estamos em agosto. Três milhões é um valor muito pequeno para uma cidade com orçamento de R$ 400 milhões. Obviamente que tenho contatos e circulo em Brasília, cumpro o meu papel, que é otimizar parcerias para Aracaju”, disse Déda, informando que as verbas estão sendo usadas, entre outras coisas, na retirada de famílias das favelas. “É uma vergonha tratar de forma diferenciada cidadãos devido ao partido que administra a cidade. O quadro ainda é mais grave se pegarmos os investimentos que as estatais fazem nas cidades e que não passam pelo Siafi. Só dá municípios do PT”, criticou o deputado federal Alberto Goldman (SP), vice-líder da bancada do PSDB na Câmara, ouvido pela “Folha”. As assessorias de imprensa dos ministérios do Planejamento e da Coordenação política afirmaram que o ritmo dos empenhos e das liberações de verbas do Orçamento obedece às prioridades e aos mecanismos de cada ministério ao qual o projeto esteja vinculado.
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