Aracaju tem elevação da cesta básica de 7,57%

(Foto: Arquivo Portal Infonet)

Em setembro, os preços do conjunto de bens alimentícios essenciais diminuíram em 11 das 18 cidades onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos. As maiores quedas foram registradas em Recife (-1,99%), São Paulo (-1,39%), Natal (-1,18%), Campo Grande (-1,13%) e Salvador (-1,02%). As altas foram apuradas em Goiânia (1,36%), Aracaju (1,15%), Brasília (1,10%), Porto Alegre (0,62%), Manaus (0,26%) e Florianópolis (0,04%). Em Belo Horizonte, o valor da cesta quase não variou (0,01%).

Florianópolis foi a cidade onde se apurou o maior valor para a cesta básica (R$ 340,76). A segunda maior cesta foi observada em São Paulo (R$ 333,12), seguida por Vitória (R$ 328,33). Os menores valores médios da cesta foram verificados em Aracaju (R$ 233,18), Salvador (R$ 263,63) e Natal (R$ 267,39).

Com base no custo apurado para a cesta mais cara, a de Florianópolis, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro deste ano, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.862,73, ou seja, 3,95 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724,00. Em agosto, o mínimo necessário era de R$ 2.861,55, as mesmas 3,95 vezes o piso vigente. Em setembro de 2013, era menor e correspondia a R$ 2.621,70, ou 3,87 vezes o mínimo da época (R$ 678,00).

Variações acumuladas

No acumulado dos primeiros nove meses de 2014, 11 capitais apresentaram alta no valor da cesta básica. As maiores elevações ocorreram em Aracaju (7,57%), Florianópolis (6,71%), Recife (3,82%), João Pessoa (3,77%) e Brasília (3,73%). As reduções foram verificadas em Campo Grande (-5,37%), Belo Horizonte (-2,79%), Natal (-2,18%), Manaus (-1,70%), Salvador (-0,57%), Porto Alegre (-0,46%) e Curitiba (-0,08%). Em 12 meses, entre outubro de 2013 e setembro último, 16 cidades tiveram variações positivas, com destaque para Florianópolis (21,23%), Rio de Janeiro (10,55%) e Vitória (8,88%). As retrações ocorreram em Campo Grande (-1,91%) e Manaus (-0,60%).

Cesta x salário mínimo

Em setembro, para comprar os gêneros alimentícios essenciais, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou realizar, na média das 18 capitais pesquisadas, jornada de 89 horas e 52 minutos, tempo ligeiramente inferior às 90 horas e 07 minutos registrado em agosto. Em setembro de 2013, a jornada comprometida era um pouco maior, já que naquele mês foram necessárias 90 horas e 42 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 44,40% dos vencimentos para comprar os mesmos produtos que em agosto demandavam 44,53%. Em setembro de 2013, o comprometimento do salário mínimo líquido com a compra da cesta era maior e equivalia a 44,81%.

Comportamento dos preços 

Em setembro, carne, leite, arroz e pão francês foram os produtos que tiveram maior frequência de aumento nas capitais pesquisadas. Já o óleo de soja, tomate, feijão e a batata (pesquisada nas Regiões Centro-Sul) mostraram redução na maior parte das localidades.

A carne bovina, em pleno período de entressafra, apresentou aumento de preço em todas as regiões pesquisadas. As maiores elevações foram registradas em Goiânia (6,58%), Belo Horizonte (5,95%) e Florianópolis (5,29%). As menores elevações aconteceram em Salvador (0,35%) e Manaus (0,65%). Em 12 meses, todas as cidades também acumularam altas que variaram entre 33,48% (Florianópolis) e 2,79% (Manaus).

O preço do leite subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (11,31%), Natal (6,67%), Campo Grande (3,72%) e Goiânia (2,89%). Houve estabilidade em quatro localidades – Porto Alegre, Manaus, Salvador e Aracaju – e redução em Recife (-3,76%). Em 12 meses, o produto acumulou alta em 12 cidades. Os aumentos variaram entre 22,82%, em Florianópolis e 0,33%, em São Paulo. As maiores quedas foram registradas em Recife (-9,71%) e Porto Alegre (-9,17%). Mesmo com a produção crescente, em pleno período de safra, observa-se elevação de preços no varejo, devido à maior demanda da indústria de laticínios.

O preço do arroz aumentou em 14 cidades, com variações entre 3,83% (Curitiba) e 0,34% (Natal). Houve estabilidade de preços em Belo Horizonte e diminuição em Campo Grande (-2,29%), Belém (-0,93%) e Brasília (-0,40%). Em 12 meses, apenas quatro cidades mostraram redução: Belém (-5,48%), Porto Alegre (-3,11%), Salvador (-2,87%) e Manaus (-1,69%). As maiores elevações ocorreram em Aracaju (24,23%), Curitiba (12,96%), Natal (11,26%) e Fortaleza (9,01%). A demanda pelo grão segue aquecida, uma vez que os produtores não têm interesse de negociar com as cooperativas e moinhos, pois têm expectativa de aumento do preço e, com isso, houve alta no varejo.

O pão francês ficou mais caro em 11 cidades, com destaque para as variações observadas em Natal (2,58%), Goiânia (2,27%), Manaus (1,78%) e Brasília (1,38%). As maiores quedas foram registradas em Florianópolis (-1,17%), Campo Grande (-0,91%) e Recife (-0,38%). Em 12 meses, foram registrados aumentos acumulados em todas as cidades, que variaram entre 33,51%, em Campo Grande e 0,78%, em Recife. A escassez da farinha de trigo e desvalorização do câmbio, que eleva o preço do trigo importado dos Estados Unidos e Canadá, são os fatores que explicam a alta do pão.

O preço do óleo de soja diminuiu em todas as cidades, exceto no Rio de Janeiro, onde não variou. A tendência de queda se repete pelo segundo mês consecutivo. As maiores retrações foram observadas em Belo Horizonte (-6,36%), Belém (-5,73%), São Paulo (-5,34%) e João Pessoa (-3,92%). A menor taxa negativa foi a de Goiânia (-1,16%). Em 12 meses, o preço do produto ficou estável em Aracaju e aumentou em cinco cidades, com variações entre 0,31%, em João Pessoa, e 2,24%, em Natal. A cotação do derivado da soja diminuiu em 12 localidades, com destaque para Salvador (-9,12%) e Curitiba (-8,38%). O grão da soja vem perdendo valor, em virtude das boas colheitas e das expectativas de aumento da safra 2014/2015, o que tem impacto no preço do óleo no varejo.

Pelo terceiro mês consecutivo, a batata apresentou redução em todas as cidades do Centro-Sul, onde é pesquisada, com exceção de Vitória, onde aumentou 5,00%, em setembro. As reduções variaram entre -13,30%, em São Paulo e -3,30%, em Florianópolis. Em 12 meses, o produto acumula queda em todas as cidades, com destaque para os recuos registrados em Campo Grande (-58,17%) e Belo Horizonte (-49,31%). O plantio da safra das águas segue abastecendo o mercado, com elevação da oferta e redução da cotação do tubérculo.

Em setembro, o preço do tomate diminuiu em 15 das 18 cidades pesquisadas. As reduções variaram entre -21,82%, em Recife, e -3,45%, em Salvador. As altas ocorreram em Aracaju (5,29%), Porto Alegre (1,80%) e Manaus (0,93%). Em 12 meses, todas as capitais mostraram aumento, exceto Campo Grande (-40,97%). As altas mais expressivas foram observadas em Florianópolis (69,46%), Fortaleza (66,15%), Aracaju (63,43%) e Rio de Janeiro (53,66%). A oferta do produto segue alta, tanto para o tomate de estaca quanto para o rasteiro (industrial), e com oferta elevada, o preço tende a diminuir.

Catorze cidades apresentaram redução nos preços do feijão – preto e carioquinha – no mês de setembro. O tipo preto (pesquisado nas cidades do Sul, no Rio de Janeiro, em Vitória e Brasília) registrou queda em Vitória (-2,73%), Florianópolis (-1,91%) e Brasília (-0,81%), ficou estável no Rio de Janeiro e aumentou em Porto Alegre (1,86%) e Curitiba (1,01%). Já o feijão carioquinha (pesquisado no Norte, Nordeste, em Campo Grande, Goiânia, São Paulo e Belo Horizonte) também apresentou recuos expressivos de preços em todas as cidades, com taxas que variaram entre -8,53% (Recife) e -0,26% (Manaus).

Apenas em Aracaju o valor do grão se elevou (0,84%). Em 12 meses, nas capitais onde é pesquisado o feijão preto, houve elevação no valor apenas de Florianópolis (12,59%) e queda nas demais cidades, que variaram entre -14,63%, em Porto Alegre, e -4,78%, no Rio de Janeiro. Para o feijão carioquinha, nos 12 meses, houve retração em todas as localidades, com taxas oscilando entre -51,94% (Campo Grande) e  -11,63% (Salvador). Altos estoques do grão abastecem o mercado interno, explicando a diminuição do preço.

Fonte: Ascom Dieese

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